As Polícias Civil e Militar do Paraná conseguiram, no final da manhã desta quinta-feira (06), a libertação das 13 pessoas que eram mantidas reféns por cerca de 150 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Na delegacia, os sem-terra disseram que queriam chamar a atenção do proprietário da fazenda ocupada para que empregasse alguns dos membros do movimento.
O grupo invadiu, no começo da tarde de quarta-feira (05), a fazenda de propriedade da empresa Erva Mate 81, no distrito de Guará, no município de Guarapuava, região central do Estado. A Polícia Federal também deu apoio durante a operação. Toda a ação durou menos de 24 horas.
?Desde a tarde de ontem, os policiais negociavam o resgate dos reféns e a saída dos invasores. A negociação foi pacífica e ninguém saiu ferido?, informou o comandante do Policiamento do Interior, coronel Aramis Linhares Serpa.
Segundo o delegado Miguel Stadler, chefe da 14.ª Subdivisão Policial de Guarapuava, a ocupação do MST foi realizada na quarta-feira (05), quando cerca de 150 integrantes, que estavam acampados a perto de mil metros da propriedade, entraram na fazenda. ?Eles dominaram os funcionários e os mantiveram reféns. Não houve agressão física, mas ameaças para que não gritassem?, contou o delegado. Mesmo assim, logo após a invasão, dois funcionários da fazenda conseguiram escapar e avisar os policiais, que chegaram ao local por volta das 15h30.
Na manhã desta quinta-feira (06), durante as negociações, os policiais foram avisados pelos sem-terra que os reféns estariam dentro da casa-sede da fazenda. ?Montamos uma equipe, entramos na fazenda e libertamos os reféns. Os sem-terra estavam em um matagal próximo a casa e logo aceitaram deixar a fazenda pacificamente?, explicou o delegado.
Investigação
Agora Stadler ouvirá o depoimento de 18 pessoas entre vítimas e integrantes do MST. Segundo ele, os responsáveis vão responder por cárcere privado e roubo, já que, além de manter os funcionários reféns, animais e pertences dos funcionários e da fazenda desapareceram. A pena para o crime de cárcere privado é de dois a oito anos de reclusão e para roubo, de 4 a 10 anos.
Os integrantes do MST disseram ao delegado que queriam chamar a atenção do proprietário para que ele empregasse alguns sem-terra. Eles exigiram também que o proprietário mostrasse o documento que comprovasse que a área estava regularizada.
