A Polícia Civil não tem mais dúvidas de que o Primeiro Comando da Capital (PCC) foi o responsável pelo assassinato do diretor-geral do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Mauá, Wellington Rodrigo Segura, de 31 anos. O principal suspeito de ter ordenado a execução é o preso José Cláudio Pires Leal Albino o Carrefour, atualmente na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau. Investiga-se ainda se a ordem inicial veio do líder máximo da facção, Marco Camacho, o Marcola, detido em Presidente Bernardes, que teria usado Carrefour como porta-voz. Desde sexta diretores de presídios e autoridades reforçaram a segurança pessoal e mudaram a rotina para evitar emboscadas ou atentados
Em Mauá, os investigadores já têm o retrato falado de um suspeito de envolvimento direto no assassinato. Os policiais acreditam que o diretor-geral foi executado pelo PCC porque era linha dura com os detentos e até com funcionários. Um agente foi preso recentemente sob a acusação de ter furtado alimentos da unidade.
O assassinato de Segura teria sido planejado há 15 dias, no CDP de São Bernardo, com aval de detentos do CDP de Mauá e ordem de presidiários da P2 de Venceslau. A ordem saiu da P2 por meio de visitas feitas a Carrefour (por advogados, presos e parentes). Também há a possibilidade, mais remota, do envolvimento de um servidor, que estaria atuando como pombo-correio. Outra investigação envolve o uso de celulares, embora dias antes uma varredura tenha apreendido 12 aparelhos.
O pai de Segura, o major reformado Wanderlei Soalheiro Segura, ressaltou que no ano passado o filho foi ameaçado de morte quatro vezes pelo PCC. Há ainda informações de que, um dia antes do atentado, Segura teria sido informado da ação do crime organizado por uma visita. As Secretarias de Segurança e Administração Penitenciária não comentam o caso.