A possível ligação do assassinato do ganhador da Mega-Sena, René Senna, com a morte de um policial militar em 2006 fez com que polícia decidisse transferir as investigações do 119º DP de Rio Bonito, no Grande Rio, para a Delegacia de Homicídios da capital. O policial militar David Vilhena Silva, de 35 anos, foi assassinado em 4 de setembro passado, na Estrada das Canárias, na Ilha do Governador, no Rio. Vilhena era segurança de Senna, morto em 7 de janeiro. No dia em que foi assassinado, numa emboscada, Vilhena havia sido chamado mais cedo do que de costume para render seus colegas na fazenda do milionário, em Rio Bonito.
A justificativa oficial é que o delegado que presidia o inquérito, Ademir Oliveira, está com problemas de saúde.
Apesar da viúva de Senna, Adriana Almeida, de 29 anos, ter sido indiciada como partícipe do assassinato do ex-marido, o promotor de Justiça responsável pelo inquérito, Guilherme Macabu Semeghini, admitiu ontem ao jornal O Estado de S. Paulo que "não possui elementos suficientes para oferecer eventual denúncia contra ela". Anteontem, o chefe de Polícia Civil, Gilberto Rodrigues, havia dito que era certa a participação dela no crime restando saber o grau de envolvimento da viúva.
Macabu deixou claro que no inquérito ainda "não existem provas suficientes para que possamos identificar os executores do crime mas apenas indícios da participação de algumas pessoas na empreitada criminosa".
O delegado Ademir Oliveira, que presidiu o inquérito até ontem, não quis comentar sobre possíveis informações que comprometam Adriana Almeida, que teriam sido obtidas por meio de escutas telefônicas. "O processo está em segredo de justiça. Se eu comentá-lo, cometerei crime", afirmou Oliveira.
Questionado se já possui provas da participação de Adriana na morte do ex-marido, o delegado foi lacônico: "A polícia não trabalha com provas, mas com indícios. Tenho indícios suficientes que permitiram que fosse decretada a prisão preventiva dela.