Seis pessoas morreram e outras duas ficaram feridas durante uma operação conjunta de policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil (Core) e do Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope), realizada nesta terça-feira (13) por cerca de sete horas, no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio. A Secretaria de Segurança (Seseg) informou que, entre os mortos, quatro eram traficantes. A quinta vítima fatal, o auxiliar de serviços gerais de supermercado Carlos Alberto da Silva Fernandes, de 47 anos, foi alvo de bala perdida e não tinha envolvimento com o tráfico de drogas.
Uma sexta vítima não foi identificada pela polícia até as 20 horas. Ainda durante o conflito, um soldado do Bope, o cabo Marcelo Costa, foi baleado no calcanhar. Um outro morador, Maximiler Menezes de Bezerra, de 17 anos, foi atingido por uma bala de raspão na cabeça e levado para o Hospital Salgado Filho, no Méier (zona norte). O estado de saúde dele é grave e a polícia informou que ele não seria traficante.
Moradores do complexo carregaram o corpo de Fernandes para a rua que dá acesso à Favela da Grota e protestaram contra a violência. Acusaram soldados do Bope pelo crime e jogaram pedaços de paus e pedras contra eles. O clima ficou tenso. Os policiais dispersaram a multidão com tiros para o alto. Houve correria nas imediações da favela.
Um policial do Bope negou a acusação dos moradores. "Esse senhor foi baleado numa área onde não houve confronto. Na verdade, os traficantes atiram sem direção e acertam os próprios moradores. Mas eles não podem protestar contra os bandidos e se viram contra a gente. É assim mesmo.
O governador do Rio, Sérgio Cabral, revelou nesta terça-feira que a operação realizada no complexo do Alemão foi para checar a informação, levantada pelo setor de inteligência da Secretaria de Segurança Pública, de que havia um paiol da facção criminosa Comando Vermelho naquela comunidade. Participaram da ação 40 policiais do Core e 70 do Bope.