O Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride) prendeu em flagrante, na tarde desta quarta-feira (31), uma mulher, que veio de São Paulo e que tentava comprar um bebê, uma menina de um mês, de uma presa dentro da Penitenciária Estadual de Piraquara. Ione Ribeiro dos Santos, 50 anos, o taxista Jorge Valarka, 54 anos, e o irmão de Ione, José Vicente de Souza, 41 anos, foram presos dentro da penitenciária. Com eles foram apreendidos dois cheques, no valor de cinco mil reais, um enxoval para o bebê, quinhentos reais em dinheiro e o táxi, com placa de São Paulo.

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?O departamento de inteligência da Sesp recebeu a informação do departamento de inteligência do sistema penitenciário de que uma mulher entraria na penitenciária feminina de Piraquara para tentar comprar uma criança de uma das presas. Fomos acionados imediatamente para investigar o caso?, contou a delegada Márcia Tavares, do Sicride.

Segundo informações da delegada, Ione estaria ligando de São Paulo para Penitenciária, desde o último dia 25 de maio, para tentar negociar a compra da criança com uma assistente social. A funcionária avisou o Serviço de Inteligência do sistema penitenciário e o Sicride passou a monitorar uma possível visita da mulher. ?A mãe do bebê, de apenas um mês, não queria vendê-lo, mas a mulher tentou convencer a assistente social da penitenciária a retirar a criança mesmo assim?, explicou Márcia. Segundo a delegada, no sistema penitenciário, quando a mãe não quer ficar com o bebê na prisão, ela pode assinar um termo de responsabilidade, intermediado pela assistente social, para entregar a criança a um parente, o que não significa uma adoção. ?Neste caso, parece que Ione queria forjar um termo de responsabilidade, tentando comprar a assistente social?, revelou Márcia.

Ione ficou sabendo do bebê por intermédio de uma amiga sua, que conhece o pai biológico da criança, que também está preso. ?Este pai teria dito à amiga de Ione, que seria melhor a criança ficar com alguém que não estivesse preso?, acrescentou a delegada. Hoje, Ione decidiu vir de táxi, de São Paulo, para pegar o bebê. ?Se tivesse vindo de ônibus ou de avião, teria que ter autorização dos pais para viajar com a criança. Ela contou que pagou oitocentos reais para o taxista?.

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Em depoimento à polícia, Ione revelou que mora com um inglês, que trabalha em uma multinacional em São Paulo e que se sentia muito sozinha em casa. Como não podia ter um bebê, decidiu adotar ilegalmente a criança. ?Ainda estamos investigando estas informações, porque acreditamos que ela possa estar envolvida em um esquema de tráfico de crianças?, revelou a delegada.

Os três acusados foram presos em flagrante por corrupção ativa e também por oferecer dinheiro para obter uma criança. A pena é de até 16 anos de prisão e está prevista no estatuto da criança e do adolescente.

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