A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios vai estreitar a
cooperação com a Polícia Federal, o Ministério Público e o Tribunal de Contas da
União. Após reunião na noite de ontem (28) com o delegado Luiz Flávio Zampronha
e outros dois delegados da PF, o relator da CPMI, deputado Osmar Serraglio
(PMDB-PR), disse que a comissão vai se valer mais da atuação da Polícia federal.
"Decidimos que nos valeremos mais da PF para realizar diligências mais rápidas,
ouvindo testemunhas que tornam desnecessária a realização de audiências públicas
na comissão", disse o relator.
O deputado Mauricio Fruet (PSDB-PR) disse
que a parceria da CPMI com a PF será importante na medida que muitos dos
depoimentos a serem tomados pela CPI podem ser feitos pela Polícia Federal,
inclusive adotando o esquema da surpresa. O parlamentar informou que a CPI vai
definir entre as 40 pessoas já convocadas quais serão ouvidas pelo plenário da
comissão e quais serão ouvidas pela polícia Federal ou comissões de
parlamentares membros da CPMI.
O deputado Osmar Serraglio informou que a
CPMI vai trabalhar para mostrar resultados mais rápidos à opinião pública.
"Precisamos começar a concluir algumas coisas, expedindo relatórios parciais,
mas conclusivos, em relação a fatos que já estejam definitivos, até porque em
algumas situações o Ministério Público já pode atuar na medida que a CPI tenha
concluido as investigações", disse Serraglio. O relator acredita que até o final
da próxima semana poderá apresentar os primeiros relatórios parciais das
investigações que a comissão está fazendo.
Hoje, a CPMI vai se
reunir para definir a questão dos sub relatores. "Vamos bater o martelo sobre os
sub relatores. O deputado José Eduardo Cardoso (PT-SP) deverá ficar encarregado
de analisar os contratos, o deputado Carlos Abicalil (PT-MT) encarregado das
oitivas e o deputado Mauricio Fruet vai cuidar das investigações das
movimentações financeiras", disse o relator Osmar Serraglio. Às 11h, os
integrantes da CPMI vão se reunir com o secretário -adjunto da Receita Federal,
Ricardo Oliveira.
Segundo o deputado Mauricio Fruet, no caso de indicios
de envolvimento de parlamentares nas denúncias, a CPMI vai encaminhar os casos
diretamente para a CPMI do "mensalão" ou para as corregedorias da Câmara ou do
Senado, dependeno do caso, sem esperar o término dos trabalhos da CPMI dos
Correios para encaminhar o assunto. "no decorrer das investigações, se surgirem
fatos que comprovem a participação de parlamentares nas denúncias, para que não
se espere o final da CPMI, vamos mandar o caso para a CPMI do mensalão ou para
as corregedorias", disse Fruet.