Polícia Federal vai criar centros de inteligência em São Paulo e Rio

A Polícia Federal criará este ano dois novos centros de inteligência para concentrar informações para combater o crime organizado no Rio e em São Paulo. Nos próximos meses, a PF fará obras nas duas superintendências para a criação do Centro de Informação Compartilhada sobre Crime Organizado (Cicor). A intenção é aumentar a produção de informação sobre quadrilhas e diminuir as chances de as duas maiores cidades brasileiras serem surpreendidas novamente por ataques desencadeados por facções criminosas.

O novo órgão abrirá as portas da PF para autoridades federais, estaduais e municipais, que contarão com equipamentos e instalações disponíveis para o levantamento e a troca de informações em nível operacional. Diferentemente do chamado Gabinete de Gestão Integrada montados nos Estados do Sudeste, que envolvem a tomada de decisão entre as diferentes autoridades o Cicor do Rio e o de São Paulo permitirão a cooperação técnica entre os participantes. Haverá também uma comunicação entre os dois centros, no eixo Rio-São Paulo.

O Cicor será uma das últimas iniciativas do delegado Paulo Lacerda, diretor-geral da PF, que decidiu deixar o cargo este ano. A intenção da corporação é, numa área de cerca de mil metros quadrados, equipamentos como os de interceptação de escutas telefônicas em uma área comum e salas para o trabalho individual dos participantes. Diariamente, os agentes se reunirão para a troca de informações na área comum, explicou Lacerda ao jornal O Estado de S. Paulo.

?O Gabinete de Gestão Integrada viabiliza soluções, mas não vai entrar nas minúcias do trabalho operacional?, observou o diretor da PF. ?O que falta hoje no sistema de segurança não são novos órgãos, mas coordenação entre eles no nível prático?, opinou. Serão convidados a ocupar posição no Cicor, ao lado de policiais federais, representantes das polícias civil e militar dos dois Estados, passando por agentes das guardas municipais e bombeiros e chegando até a indicados das Forças Armadas e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Também serão convidados o Ministério Público e o Poder Judiciário, que poderão agilizar procedimentos para dar o respaldo legal às investigações.

O plano de Lacerda é ter os centros de informação das duas cidades em funcionamento num prazo entre seis meses. Em São Paulo, a PF cogitou abrigar o Cicor no antigo prédio da corporação no Centro, mas decidiu pela construção de um pequeno anexo à sede da Lapa. Para o Rio, onde a PF integra a cooperação do governo federal com a nova gestão estadual para conter a recente crise de segurança, o projeto de criação do Cicor já tem até orçamento: R$ 19 milhões serão empregados na adaptação do espaço no prédio da superintendência.

A criação do Cicor no Rio será também o primeiro passo para dar à superintendência fluminense novas instalações. A atual sede regional na Praça Mauá, no Centro, está em péssimas condições. Sobram goteiras e fiação elétrica e falta motivação aos policiais. A PF ocupa o antigo edifício da Imprensa Nacional, cujo tombamento é um empecilho para reformas. Sem poder colocar o prédio no chão para erguer uma nova sede, a PF tentou encontrar outros terrenos, mas chegou à conclusão que não pode abrir mão da localização estratégica.

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