O Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) entregou hoje à Polícia Federal (PF) e à Procuradoria da República, mas não à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, cópias de 15 mil documentos bancários relativos à movimentação da conta Dusseldorf, por meio da qual o publicitário Duda Mendonça recebeu US$ 10,5 milhões do PT pelos trabalhos que alega ter realizado para a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, em 2002.

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Os papéis abarrotam oito caixas de papelão e foram enviados ao Brasil pelo Departamento de Justiça dos EUA, que proibiu a distribuição ao Congresso, sob alegação de que a CPI não tem "autoridade legítima" para ser destinatária do material, que pode ser prova do vínculo entre o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e o caixa dois do partido. O veto não tem caráter definitivo. "Estamos cobrando das autoridades americanas que autorizem compartilhar os dados com a CPI", informou a secretária nacional de Justiça, Cláudia Chagas.

Um total de 17 pessoas físicas e jurídicas abasteceu a Dusseldorf – doleiros e empresas de fachada que fizeram remessas. Jader Kalid, que se diz consultor financeiro, aparece na lista. Ele nega ter mandado recursos para a Dusseldorf. Valério foi procurado por Duda Mendonça, que seguiu orientação do ex-secretário nacional de Finanças e Planejamento da legenda Delúbio Soares. Ao publicitário, o empresário recomendou que abrisse conta fora do País.

Defesa

"Os papéis não preocupam Duda", disse o criminalista Tales Castelo Branco, defensor dele. "Não são mais do que referência repetitiva do que ele disse à CPI, onde admitiu ter recebido pela Dusseldorf e que isso foi imposição de Valério."

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