Polícia Federal quer saber se falha do Legacy foi humana ou mecânica

Brasília – A Polícia Federal vai ouvir na semana que vem os pilotos do jato Legacy, que colidiu com o Boeing 737-800 da Gol. Nesta quarta-feira (11), o delegado da Polícia Federal de Mato Grosso, Renato Sayão, responsável pelas investigações sobre o acidente com o avião da Gol, se reuniu, em Brasília, com o chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, o Cenipa.

Várias perguntas, de acordo com Sayão, ainda precisam ser respondidas. ?Precisamos saber se o piloto seguiu os procedimentos de normas internacionais de vôo, se os controles de vôo funcionaram perfeitamente como tem que funcionar, se houve falha mecânica nos aparelhos que possam ter levado a essa colisão, independente de conduta de qualquer pessoa que seja e se houve uma conjunção de fatores negativos?, disse.

O plano de vôo do jato executivo Legacy já está com o delegado da PF. O delegado confirmou que, conforme o documento, o jato deveria voar em três níveis de altitude diferentes, a 37 mil pés, a 38 mil pés e a 36 mil pés de altitude. E que, no momento da colisão, o Legacy não deveria estar a 37 mil pés de altitude.

Em depoimento à Polícia Civil do Mato Grosso, os piloto Joseph Lepore e o co-piloto Jan Paladino disseram que o jato Legacy estava nessa altitude quando se chocou com o avião da Gol. Esse nível, segundo eles, estaria estabelecido no plano de vôo. Os dois alegaram que perderam o contato com o centro de controle da Aeronáutica. Os depoimentos foram passados pela Polícia Civil ao delegado da PF. As duas investigações correm em paralelo, até que a Justiça decida de quem é a competência para apurar o acidente que causou a morte de 154 pessoas.

Segundo Sayão, as questões vão demorar a ser respondidas porque todos os dados técnicos serão analisados com calma. Ele afirmou também que Aeronáutica está cooperando totalmente com a investigação.

Os pilotos continuam no Rio de Janeiro. Por determinação da Justiça, eles tiveram os passaportes apreendidos e não podem deixar o Brasil. Na avaliação do delegado, a permanência dos pilotos no país é fundamental para as investigações.

Sayão chegou ontem à noite em Brasília e está trabalhando na Coordenação de Aviação Operacional (Caop), que fica no hangar da Polícia Federal, no aeroporto. O acidente ocorreu no dia 29 de setembro, depois que o Boeing da Gol chocou-se com um jato Legacy e caiu no norte de Mato Grosso. Os 148 passageiros e seis tripulantes do Boeing morreram. Os ocupantes do jato não se feriram.

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