O delegado Luciano Dornelas, da Policia Federal, vai pedir nesta sexta-feira (8) a prorrogação da prisão, por tempo indeterminado, do espanhol Aquilino Gonzalez Iglesias, de 51 anos de idade e residente na Espanha, que foi preso ontem em São Paulo sob acusação de tráfico internacional de mulheres.
Iglesias foi transferido hoje para Goiânia (GO), onde ocupa uma cela individual, e foi interrogado pela polícia. "Ele deve permanecer preso, toda a documentação que estava com ele foi apreendida e será analisada, e depois será acareado com a demais pessoas que foram presas", disse o delegado. O espanhol Aquilino Gonçalez Iglesias, é proprietário dos clubes Las Ninfas, em Ourence, e M2, em Leon, onde desembarcavam as moças brasileiras. Antes de embarcar, elas assinavam notas promissórias, com valores equivalentes a quatro mil euros, para custear as despesas.
Entre os presos na PF em Goiás estão oito mulheres. Uma delas, Magna Pires da Costa, que atende pelo apelido de Karen, está sendo apontada pela Policia como responsável pelo aliciamento para a quadrilha que traficou cerca de 50 mulheres para prostituição na Espanha. Cabia a ela a guarda das promissórias, que foram apreendidas.
O delegado Dornelas informou que as investigações no momento visam esclarecer a maneira como a quadrilha administrava a papelada contábil da organização criminosa. Na casa de "Karen" foram localizados, entre outros documentos, recibos de valores enviados por ela para o Exterior, e recibos de valores enviados por Aquilino Iglesias para ela. "E nós monitoramos 10 embarques de mulheres", disse o delegado Luciano Dornelas.
Os advogados Edson Bernardo e Ulisses Montalvão, que se apresentaram hoje como defensores do espanhol e da "Karen", afirmaram que a sua cliente não chefiava nem a quadrilha existia: "Ela é uma empresária, trabalha no ramo de confecções e sua única culpa é ser ex-cunhada do Aquilino", disse Bernardo, que acredita na deportação do espanhol nos próximos dias.
Segundo a PF, Karen agia como quem estava seguro da impunidade: "Não havia fachada de empresa coisa nenhuma", disse u m policia. Nas operações "Madri" e "Castela", desencadeada ontem, a Polícia Federal em conjunto com a Policia da Espanhola prenderam 16 aliciadores de mulheres e 19 prostitutas. A maioria delas foram recrutadas em bolsões de miséria.
