São Paulo – A Polícia Federal (PF) prendeu nesta terça-feira (28) oito pessoas que faziam parte da quadrilha responsável pelo assassinato do auditor fiscal da Receita Federal, José Antonio Sevilha de Souza, ocorrido no dia 29 de setembro de 2005. Ele foi assassinado por pelo menos três dos detidos quando deixava a residência de sua mãe em seu carro.
A chamada Operação Davi cumpriu oito mandados de prisão e 18 de busca e apreensão, em São Paulo, na região de São José do Rio Preto e no litoral paulista (São Sebastião e Bertioga). As investigações duraram um ano e dois meses e foram conduzidas pela delegacia da PF em Maringá (PR).
Segundo o superintendente da PF no Paraná, Jaber Saad, a polícia concluiu que o mandante da morte foi o empresário paulista Marcos O. Gotlieb, proprietário da empresa Gemini Ind. e Com., Importação e Exportação LTDA., preso durante a operação.
?O crime havia sido motivado pelo fato de a vítima ser um servidor público incorruptível, que estava próximo de desvendar um grande e milionário esquema de sonegação por parte do empresário?, disse, acrescentando que, se o empresário fosse desmascarado, as atividades da empresa seriam encerradas e as mercadorias, apreendidas.
Também foram detidos o investigador da Polícia Federal Jorge Luis Talarico, o sobrinho dele Fernando Ranea da Costa e Luiz Carlos S. F. Ambos trabalhavam como segurança em empresas que pertenciam ao policial. Faziam parte do esquema a esposa do mandante do crime, Márcia Roberlanda Melquiades de Almeida, o sócio Moacyr Macedo Mauricio, a empregada da empresa de segurança do policial, Regiane Silva Stolarick, e Joel Ranea, cunhado do policial e dono do carro usado no crime.
Segundo a assessoria de imprensa da PF em São Paulo, os detidos responderão pelos crimes de participação em homicídio e formação de quadrilha. O assassinato do auditor fiscal é considerado crime hediondo por ter sido cometido contra um funcionário público. Todos os detidos serão transferidos para a prisão da superintendência da Polícia Federal do Paraná.
Será aberto um outro inquérito para investigar a empresa de Marcos O. Gotlieb. No final do ano passado, a PF, em ação conjunta com a Receita Federal, realizou a Operação Camaleão, que resultou na apreensão de grande quantidade de brinquedos em armazéns da empresa Gemini Ind. e Com., Importação e Exportação LTDA, em Maringá e São Paulo. A Receita Federal autuou e multou a empresa em R$ 100 milhões.