O mafioso italiano Domenico Safiotti, de 33 anos, foi preso em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, por agentes da Polícia Federal do Rio, em cumprimento de mandado de prisão do Supremo Tribunal Federal para extradição. No início do ano, Safiotti foi condenado na Itália, à revelia, por tráfico de heroína e formação de quadrilha e a Interpol italiana, então, avisou à representação brasileira que o mafioso estaria no país.
Domenico Safiotti está no Brasil desde 1997, quando fugiu da Itália depois de ser solto para responder em liberdade a um processo por tráfico de drogas. Oriundo da Calábria e integrante da máfia chamada Ndrangheta, Safiotti instalou-se em Petrópolis, onde casou-se com a filha de um empresário bem sucedido do setor de móveis, com quem tem dois filhos pequenos. Ele associou-se ao sogro e trabalhava na loja da família, no bairro de Bingen. Todos moravam em uma mansão no mesmo bairro de Petrópolis.
O chefe da representação da Interpol no Rio, delegado Wanderley Martins, disse que Domenico Safiotti ficou muito surpreso ao ser preso e que a investigação, iniciada em junho passado, indica que ele não tem mais envolvimento com o tráfico de drogas. "Ele não usava disfarces, mas a família da mulher não sabia de seu passado, pois ele dizia que veio para o Brasil porque teve problemas com o serviço militar italiano. Aqui ele vivia uma vida como cidadão imigrante normal", ressaltou.
O delegado reconhece que o Brasil é rota de fuga para estrangeiros condenados ou envolvidos com o crime organizado. Segundo Wanderley Martins, só neste ano, seis estrangeiros foram presos no Rio: dois italianos, dois portugueses, um suíço e um francês. "A tendência desses fugitivos quando vêm para o Brasil é achar que nunca vão ser encontrados, talvez porque julguem que a capacidade técnica da polícia brasileira não seja suficiente para achá-los e prendê-los", acrescentou.
Safiotti está no presídio Ary Franco, no subúrbio de Água Sant, onde aguardará o julgamento do pedido de extradição pelo STF. Na opinião do delegado Wanderley Martins, o fato de ele ter filhos brasileiros não impedirá a sentença favorável à extradição. De acordo com o delegado, o processo ainda deve demorar pelo menos seis meses.