Belém, 06 (AE) – Agentes da Polícia Federal do Pará prenderam hoje (06) 16 acusados de envolvimento com uma quadrilha que estaria desviando mais de R$ 6 milhões dos cofres da Previdência. O golpe consistia em liberar aposentadorias em nome de pessoas já falecidas e contava com a ajuda de vários funcionários do INSS. Entre os detidos está a chefe do posto do órgão em Castanhal, a 70 quilômetros da capital paraense, Maria Cícera da Silva Brito. Ela foi presa em flagrante e saiu algemada de casa, apesar de ter negado o uso de cartões bancários para efetuar saques das contas de mortos. Só na residência dela os agentes da PF encontraram 50 cartões. Ainda apreenderam R$ 5 mil, um computador, documentos e carros. “Eu não estava sacando nada de ninguém”, garantiu Maria Cícera, ao ser presa.
O esquema era comandado na própria agência do INSS em Castanhal. O golpe contra os cofres públicos consistia em incluir no sistema de pagamento de benefícios os nomes de segurados que já morreram, muitos deles há vários anos.
Para fazer o flagrante, os policiais federais investigaram as fraudes durante vários dias. O delegado da PF Luciano Sampaio, que participou da ação, disse que entre os documentos apreendidos havia muitos papéis em nome de terceiros.
No município de Maracanã, a candidata a vereador Lourdes Monteiro Lima também foi presa, acusada de integrar o bando. “Nem eu sei até agora porque estão me prendendo”, reagiu Lourdes. Os presos foram transferidos no começo da tarde de hoje para Belém.
Sumiço – Enquanto a candidata e outras pessoas eram detidas na região, aposentados e pensionistas reclamavam do desaparecimento do dinheiro para pagar o auxílio-doença. “Vim receber e não tem nada”, protestou a segurada Maria da Conceição. Outra, indignada, informou que em sua conta havia somente R$ 0,2.
Polícia Federal prende 16 fraudadores do INSS no Pará
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