Cerca de R$ 3 milhões em mercadorias trazidas ilegalmente do Paraguai foram apreendidas nesta sexta-feira durante a Operação Escudo, deflagrada pela Polícia Federal, em parceria com o Ministério Público Federal, Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo e Receita Federal.
A ação começou ainda de madrugada com a prisão de dois policiais civis de Aparecida e dois policiais rodoviários que trabalhavam na via Dutra, na região do Vale do Paraíba. Um dos policiais civis presos é irmão de um delegado de polícia da cidade. Outras oito pessoas, entre comerciantes e guias de ônibus que trabalhavam diretamente com o contrabando foram detidas. As doze prisões são temporárias.
Com 49 mandados de busca e apreensão, quase 200 policiais e agentes fiscais tinham como principal alvo as lojas que vendem eletroeletrônicos dentro do Shopping do Romeiro, instalado nas dependências do Santuário Nacional de Aparecida.
Trinta e sete lojas foram fechadas e delas retiradas seis carretas de caminhão em equipamentos eletrônicos e de informática. "Uma quantia que surpreendeu até a nós. Estimamos mais de três milhões de reais", informou o delegado da Receita Federal, José Antonio Gaeta.
Investigações
As investigações começaram em maio do ano passado quando o Ministério Público Federal recebeu denúncias de policiais que recebiam propina para dar cobertura ao crime de contrabando. "Deixavam passar sacolas de produtos do Paraguai, e também armas e drogas", contou o procurador Ajame Alexandre Gonçalves.
O esquema funcionava com informações passadas dos policiais para os guias e sacoleiros. "Recebiam valores mensais e presentinhos para fazer até escolta dos ônibus e ainda corromper outros policiais". Inúmeras conversas foram gravadas pelo MPF e fundamentaram as investigações. Segundo o delegado da PF, Amaro Vieira Ferreira, os policiais e comerciantes vão responder por formação de quadrilha, facilitação e contrabando e podem pegar até dez anos de prisão se condenados.
"Com um dos policiais foram encontrados armas, cocaína, munições e oito dinamites". A Secretaria de Estado da Fazenda ainda vai analisar a quantia de impostos sonegados nesta prática.