São Paulo (AE) – A Polícia Federal não descarta a hipótese de, além de Edilson Pereira de Carvalho e Paulo José Danelon, surgirem nomes de outros árbitros no escândalo chamado de Máfia do Apito. "É fundamental aguardarmos o resultado da perícia no computador de Edilson Pereira (apreendido sábado, após sua prisão provisória), precisamos destes dados para definir os próximos rumos do inquérito", afirmou o promotor do Gaeco, José Reinaldo Guimarães Carneiro.
Antes do resultado, aguardado para o início da próxima semana, duas hipóteses são levantadas pelos investigadores. Um agente da Polícia Federal, que prefere não se identificar, conta que caso se confirme que, além de acessar os sites Aebet e Futbet, Edilson Pereira também fizesse apostas, dois cenários passam a ser considerados.
Primeiro cenário: Se Edilson apostou apenas em jogos em que atuou como árbitro ? foram 11 no Campeonato Brasileiro ?, ficaria enfraquecida a necessidade de um acordo prévio com o empresário Nagib Fayad para ficar configurado o crime. Afinal, ele, Edilson, e toda a quadrilha por extensão ganhariam de qualquer forma ao receberem os valores dos prêmios. De acordo com o depoimento prestado por Edilson Pereira, ele recebia de R$ 10 mil a R$ 15 mil por partida escolhida.
Segundo cenário: Se Edilson apostou em jogos em que não apitou abre-se a chance de que outros árbitros, e mesmo bandeirinhas, teriam participado do esquema. "Teoricamente, eles não colocariam dinheiro à toa numa partida. Só apostavam no que sabiam que teria retorno", afirmou o agente.
A hipótese não pegaria de surpresa os investigadores, afinal já se sabe que algumas pessoas foram assediadas para entrar no esquema. Caso do árbitro Romildo Corrêa e, provavelmente, do ex-juiz João Paulo Araújo. O advogado de Edilson Pereira, Marcelo Jacob, nega que seu cliente tenha feito apostas no seu ou em qualquer computador.