Polícia Federal investiga reunião de petistas com Vedoin

A Polícia Federal investiga informação de que Luiz Antônio Vedoin, empresário que chefiava a máfia dos sanguessugas, reuniu-se com assessores de importantes dirigentes do PT num hotel de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, três dias antes de ser preso sob acusação de montar o dossiê contra candidatos tucanos.

O encontro teria ocorrido no dia 12 de setembro, quando Vedoin e seus interlocutores acertaram os últimos detalhes da trama para jogar o tucano no mar de lama dos sanguessugas. A PF suspeita que ao menos um assessor de Aloizio Mercadante, candidato do PT ao governo paulista, teria ido ao encontro.

Hamilton Lacerda, ex-coordenador da campanha de Mercadante, é alvo do inquérito. Para a PF, ele participou do encontro com Vedoin para tratar da compra do dossiê – uma fita de vídeo, um DVD e seis fotografias de Serra durante entrega de ambulâncias em Cuiabá, em 2001. À época, Serra era ministro da Saúde. Lacerda foi procurado pelo jornal O Estado de S. Paulo, mas não atendeu ao telefone.

A suspeita é que ele tenha atuado na negociação de compra do dossiê por R$ 1,75 milhão. O delegado Diógenes Curado, que preside o inquérito, considera fundamental seu depoimento.

Agora, a meta da PF é reconstituir todos os passos do grupo envolvido para tentar chegar a novos nomes. Os federais descobriram que no dia 5, quando depôs pela última vez à CPI dos Sanguessugas, Vedoin encontrou-se em Brasília com o empreiteiro Valdebran Padilha, filiado ao PT e arrecadador de campanhas no Mato Grosso.

No dia seguinte, os dois embarcaram de volta a Cuiabá. Vedoin estava em liberdade, que conquistara em troca da delação premiada. O benefício foi cortado quando a PF descobriu o caso do dossiê.

Segundo a polícia, no dia 12 Vedoin e Valdebran foram a Rio Preto e se reuniram com quadros do PT. No dia seguinte, o petista foi a São Paulo e Vedoin, a Cuiabá.

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