Polícia Federal investiga abuso de máquina por ex-Ministro de Lula

O delegado da Polícia Federal (PF) de Uberaba-MG, Ricardo Ruiz Silva, entregou nesta sexta-feira (29) ao Ministério Público Eleitoral (MPE) um dossiê com mais de 300 páginas que comprovam um possível uso da máquina administrativa municipal na campanha eleitoral, com fortes provas de possíveis coações a servidores públicos, vindos do prefeito Anderson Adauto, ex-Ministro dos Transportes do governo Lula.

A denúncia partiu do Sindicato dos servidores públicos de Uberaba que relatou ao MPE a pressão da administração junto aos funcionários para apoio aos candidatos do prefeito, Paulo Piau (Federal-PPS) e José Luiz Alves (Estadual-PMDB) este, antigo colaborador de Anderson, inclusive sendo o homem que assumiu ter retirado dinheiro com Marcos Valério no escândalo do Mensalão.

Entre as provas encontradas pela PF dentro da prefeitura, uma carta destinada a uma professora, e que estava sendo enviada também aos outros funcionários, onde dentro haviam vários ‘santinhos’ eleitorais dos dois candidatos a deputado, do candidato ao senado, Newton Cardoso, do candidato ao governo de Minas, Nilmário Miranda e do Presidente Lula. Por fora do envelope os dizeres "Conto com seu apoio. Anderson Adauto". Dentro ainda a inscrição de "Comitê de Apoio do Servidor Público".

Também listas com nomes de diversos servidores. Material semelhante ao encontrado no escritório de advocacia de um assessor jurídico da prefeitura. Local onde a PF flagrou uma assessora do prefeito chegando para entregar outra listagem com um questionário preenchido em nome dos funcionários municipais.

Nesses questionários, observações se o entrevistador foi bem recebido ou não pelo funcionário e qual a opção dele para a eleição. Em vários, a frase "apóia os candidatos do prefeito". Em outros: "todos os vizinhos apóiam o prefeito".

Nos comitês eleitorais dos candidatos também foram encontrados documentos da prefeitura como listagens do "Quadro de pessoal do Magistério – Designados", à frente a anotação "contratados". Também folhas com nomes de pessoas , local de votação telefone para contato e número do título de eleitor. Os documentos apreendidos e a conclusão da polícia Federal, foram enviados ao Ministério Público Eleitoral em Belo Horizonte que deverá decidir se determina a abertura de inquérito contra o prefeito e os candidatos envolvidos.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo