Os policiais federais realizam amanhã uma greve nacional de advertência em defesa da segunda parcela da reposição salarial, de 30%, negociada no acordo salarial do ano passado, a qual o governo agora se recusa a cumprir. Os policiais federais que atuam nos aeroportos não param. Farão pequenos atos de no máximo uma hora, usarão tarjas pretas para caracterizar o protesto. Segundo agentes da PF, não haverá comprometimento do atendimento aos passageiros nem atrasos.
A categoria quer também a revisão do Projeto de Lei Orgânica da PF, enviada pelo Ministério da Justiça ao Congresso. Em todo o país, inclusive na sede do órgão, em Brasília, haverá atos públicos a partir das 9h. Uma das categorias mais bem pagas do país, os policiais federais recebem entre R$ 7 e 16 mil. Esses valores podem ser acrescido de algumas vantagens e ganhos indiretos. Com essa mobilização, os policiais entram em estado de greve para obrigar o governo a negociar sua pauta de reivindicações.
O movimento inclui os delegados, que sempre negociaram à parte e evitavam ações mais radicais, além de agentes, escrivães, papiloscopistas e o pessoal administrativo. A paralisação foi decidida em reunião do Conselho de Representantes da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), no dia 7 de fevereiro e ratificada pela categoria nos estados nos dias seguintes.
Em nota colocada no seu site, a Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) alega que a categoria acumula perdas há dez anos. "Apesar de sermos a categoria com as maiores perdas no período, enfrentamos uma negociação dificílima e morosa, ao contrário do que garantira, inclusive por escrito, o ministro da Justiça", diz a nota. Eles alegam que, com a perda de diversas vantagens, a primeira parcela dada no ano passado, também de 30% ficou na prática entre 5 e 20%.