Polícia Federal identifica os supostos ‘laranjas’ no caso dossiê

A Polícia Federal identificou supostos ‘laranjas’ de duas famílias em cidades da Baixada Fluminense, no Rio, que teriam sacado mais de US$ 240 mil. São pelo menos seis pessoas, já confirmadas, e outras duas em processo de averiguação, que podem ter sido usadas como intermediárias para a retirada de parte dos R$ 1,75 milhão de reais que seriam usados pelo PT para comprar o dossiê contra políticos tucanos.

Entre os supostos laranjas identificados pela PF estão o funcionário público Levy Luiz da Silva, sua mulher Denilde Gomes da Silva e o filho do casal Levy. A outra família identificada pela PF é composta por três irmãos: Uheliton Marcelo Gomes, Edicea Gomes e Marilcinea Gomes. Esta última trabalha numa casa de frios e refeições localizada em Magé, no Bairro Fragoso. Apesar do mesmo sobrenome, a PF não sabe se são todos parentes.

Uma das famílias mapeadas comprou o equivalente a US$ 280 mil na Agência Vicatur Câmbio e Turismo, de Nova Iguaçu. O montante adquirido pela outra família ainda está sendo levantado, mas pode ter sido superior a US$ 100 mil. Um fato é comum entre os dois ramos de Gomes: são todos pobres ou remediados, mas realizaram operações vultosas de compras de dólares na Vicatur, cujos donos estão também sendo investigados. As compras de dólares se deram em quantidades variadas dias antes de dois petistas serem presos num hotel em São Paulo com o dinheiro da compra do dossiê. Todas as compras foram superiores a R$ 30 mil.

O delegado Diógenes Curado Filho, que preside o inquérito sobre o dossiê que abalou o governo Lula, viajou nesta quarta-feira (25) para o Rio de Janeiro com o objetivo de ouvir os supostos ‘laranjas’. A PF ainda não sabe se eles tiveram seus documentos pessoais, como CPF, utilizados indevidamente, ou se foram coniventes com a operação.

Há saques individuais de até US$ 50 mil e a PF quer explicações sobre isso. Todos os nomes foram localizados no cadastro da Vicatur Câmbio e Turismo, uma agência de viagens autorizada pelo Banco Central a operar com câmbio, que fica na Baixada Fluminense.

Há um inquérito na PF aberto em 2004 que investiga a prática de operações supostamente irregulares. O dono da Vicatur, Fernando Ribas, foi intimado a dar explicações sobre os contratos fechados com pessoas aparentemente sem poder aquisitivo. A PF quer saber se agência era conivente com o esquema.

Do Rio de Janeiro, Curado segue para Minas Gerais e Santa Catarina. Também nos cadastros da Vicatur, a PF localizou outros três nomes, potenciais ‘laranjas’. Eles também podem ter sido usados pelos petistas. Um deles seria proprietário de uma pousada em Ouro Preto. Também estão na lista duas funcionárias do estabelecimento, que recebem R$ 420 por mês. Em Santa Catarina o delegado vai atrás de uma denúncia não confirmado que chegou à CPI dos Sanguessugas, de saque de US$ 150 mil por parte de Jorge Lorenzetti, araponga do PT e churrasqueiro do presidente Lula, apontado pela polícia como um dos mentores da trama. A operação teria sido fechada pela Agência de Viagens Centarus, com sede em Florianópolis. Os proprietários negam.

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