Rio de Janeiro – A Polícia Federal (PF) prendeu 10 acusados de envolvimento em um esquema de proteção policial à chamada máfia dos caça-níqueis. Nove mandados de prisão ainda faltam ser cumpridos.
As detenções fazem parte da Operação Gladiador, desencadeada ontem (15) após sete meses de investigação. O objetivo é desarticular uma quadrilha formada por policiais civis e militares que garantia a proteção de dois bicheiros que atuavam na zona oeste do Rio de Janeiro. Os policiais são acusados de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e ligação com o crime organizado.
Segundo o delegado responsável pela operação, Alessandro Moretti, a PF pediu a prisão de 46 pessoas – incluindo o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Álvaro Lins, recém eleito deputado estadual – mas a Justiça concedeu apenas 19 mandados. Entre os presos, três integravam o grupo dos principais assessores de Lins.
"No caso do Álvaro Lins, a Justiça autorizou apenas a busca, que não chegou a ser feita. De acordo com a consulta que fizemos ao Ministério Público, o mandado não poderia ser cumprido porque ele já havia sido diplomado como deputado", explicou o delegado.
Cerca de 400 policiais estão envolvidos na operação. Segundo Moretti, escutas telefônicas comprovaram a ligação de policiais com os contraventores Fernando Iggnácio e Rogério de Andrade, genro e sobrinho do bicheiro Castor de Andrade.
?O objetivo era reconhecer o grupo de policiais envolvidos com a máfia dos caça-níqueis, que atuavam para que não houvesse acirramento na guerra entre os dois grupos rivais da zona oeste. Álvaro Lins seria apontado como chefe do grupo?.