O escritório do advogado Jaime Garcia Dias, um dos 25 presos pela Operação Hurricane (Furacão, em inglês) que a Polícia Federal realizou na sexta-feira, era o centro do esquema de corrupção em torno da exploração dos caça-níqueis. Ele recebia o dinheiro de fabricantes de máquinas, donos de bingos e dos bicheiros, formando a caixinha que depois era usada para corromper agentes públicos – policiais, procuradores, juízes e parentes de desembargadores – em troca de favores que ajudavam a manter o jogo em funcionamento.
Durante as investigações, a Polícia Federal descobriu diversas negociações envolvendo o advogado Dias e funcionários públicos, principalmente delegados e agentes federais. Alguns deles não estão entre os presos durante a operação. Segundo participantes da investigação, novos processo serão abertos e novas prisões podem ser pedidas.
Há ainda a possibilidade de que nem todos os 25 presos respondam ao processo no Supremo Tribunal Federal (STF), ficando apenas os envolvidos com desembargadores e Virgílio Medina, irmão do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Paulo Medina. Bicheiros, policiais e advogados voltariam a responder ao processo no Rio.
A Operação Hurricane começou com a investigação de um pedido de propina por delegados da Polícia Federal a dois advogados que tentavam resolver o problema de um cliente. O caso foi levado à Procuradoria da República que, junto com a Diretoria de Inteligência Policial (DIP) da Polícia Federal em Brasília, abriu uma investigação.
![Grupos de WhatsApp da Tribuna](/resources/images/blocks/whatsapp-groups/logo-whatsapp.png)