A Polícia Federal desencadeou na manhã de hoje (1º/12/2005) a Operação Ponto.Com, com o objetivo de desarticular organização especializada em crimes pela internet. Mais de 280 policiais federais nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná foram mobilizados para cumprir 45 mandados de prisão, 63 mandados de busca e um mandado de apreensão de menor.

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As investigações, iniciadas há cinco meses, revelaram que o esquema criminoso se baseava no envio de mensagens eletrônicas tipo spam, direcionando internautas desavisados a programas espiões que capturam senhas bancárias. De posse das senhas, os criminosos acessavam estas contas e transferiam o dinheiro a contas de ?laranjas?.

Outro destino do dinheiro furtado eletronicamente era o pagamento de títulos e contas, como de telefone, luz e água, além de multas de trânsito. Os criminosos ainda negociavam com outros hackers as listas de endereços eletrônicos para os quais eram encaminhados os programas espiões (também conhecidos como key loggers) e as mensagens de spam. Os boletos bancários para pagamento e as contas de ?laranjas? para a realização das transferências, por sua vez, eram angariados por outros membros da quadrilha, que, muitas vezes, também se encarregavam de ir até o banco sacar o dinheiro e o repassar ao hacker.

A quebra do sigilo bancário, autorizada pela Justiça, revela um prejuízo estimado em um milhão de reais por mês ao sistema financeiro nacional. Segundo as investigações, a quadrilha já vinha atuando há pelo menos um ano.  

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Os envolvidos, conforme sua participação, deverão ser indiciados pela prática dos crimes de furto qualificado, receptação, formação de quadrilha e de interceptação de informática não autorizada, previstos, respectivamente, nos artigos 155, § 4º, II e IV, 180 e 288, do Código Penal, e artigo 10 da Lei 9.296/96, cujas penas, somadas, variam de cinco a quinze anos de reclusão, e multa.

Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina e Justiça Estadual do Paraná. Além desses três Estados, foram realizadas prisões e buscas em São Paulo e Salvador.

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