Brasília – O relatório parcial das investigações sobre a negociação do dossiê contra políticos do PSDB mostra cinco etapas para os próximos passos da Polícia Federal no caso. Entre eles, checar a origem dos dólares apreendidos, seguir a investigação sobre os reais suspeitos de terem ligação com o jogo do bicho no Rio de Janeiro, além de ouvir novos depoimentos de envolvidos.
A Polícia Federal afirma no relatório que, mesmo com todos os depoimentos, não foi possível identificar a origem do dinheiro, pois ninguém forneceu informações suficientes. Com isso, os investigadores precisam encontrar provas técnicas, ou seja, rastrear o caminho dos US$ 248 mil e R$ 1,1 milhão, apreendidos com duas pessoas ligadas ao Partido dos Trabalhadores e à campanha eleitoral de Lula.
?Desde o início trabalha-se com a possibilidade do dinheiro ter saído de fontes diversas. Cerca de metade dos dólares eram notas novas e seriadas e a outra parte já mais antigas. Os reais eram em quase sua totalidade em notas usadas, muitas em valores pequenos. Tudo leva a crer que as notas não tiveram uma única origem?, registrou.
A parte dos dólares que estava seriada mostra que a quantia chegou ao Banco Sofisa, quando ainda havia controle da numeração das cédulas. Depois foi repassada para corretoras, casas de câmbio e particulares. ?Em todo esse caminho não existiu mais controle das notas e, pior, começaram a surgir fraudes para esconder a real operação de compra de dólares, revelando os já conhecidos ‘laranjas’ ?, relata o texto da PF.
A Polícia Federal também quer ouvir os depoimentos do candidato derrotado ao governo de São Paulo Aloizio Mercadante, os dirigentes da revista IstoÉ (que publicou uma entrevista em que o dono da Planam acusa José Serra), Darci José Vedoin, e novos depoimentos de Gedimar Passos, Hamilton Lacerda, Jorge Lorenzetti e Luiz Antonio Trevisan Vedoin.