Apesar de ter prendido o médico Milson de Souza Brige, de 62 anos, apontado como mandante do assassinato da perita Maria Cristina Felipe da Silva, que investigava fraudes no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) em Minas Gerais, a Polícia Federal investiga a participação de outros servidores públicos no assassinato. O crime ocorreu em setembro. O cardiologista que em novo depoimento nesta quinta-feira (16) voltou a negar a sua participação, também é acusado de comandar um esquema para fraudar as perícias do INSS na região.

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Conforme as investigações da polícia, no esquema fraudulento de concessão de benefícios, principalmente de aposentadorias, o cardiologista recebia indicações de pessoas que gostariam de receber o benefício ilegal. Com o nome das pessoas em mãos, o médico desviava as fichas para que pudesse atendê-las e emitir as informações necessárias para a concessão das aposentadorias. Por cada benefício ilegal conseguido, era cobrado, em média, R$ 5 mil. Os preços variavam entre R$ 3 mil e R$ 6 mil. As pessoas eram agenciadas pelo despachante José Alves de Souza, o Zuza, acusado também de ter contratado os autores do crime.

O médico, também perito do INSS desde 1975, e Zuza entenderam que as investigações da perita estavam atrapalhando o esquema de fraudes previdenciárias e por isso planejaram o crime. Os irmãos Ricardo Pereira dos Anjos (pedreiro), de 27 anos, e Rodolfo Pereira dos Anjos (padeiro), de 20 anos, também estão presos. Zuza teria acionado Rodolfo para contratar alguém para assassinar a perita. Rodolfo teria repassado o pedido ao irmão Ricardo, que entrou em contato com o adolescente A.P.A., de 17 anos, apontado como autor dos disparos contra a perita. O adolescente está em um centro de internação de menores.

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