Polícia Federal afirma que operadora atrasa quebra de sigilo telefônico

A Polícia Federal divulgou nesta quinta-feira (5) que a Operadora Claro está atrasando as investigações sobre a origem do dinheiro destinado à compra, pelo PT, do dossiê contra políticos tucanos. O delegado responsável pelo inquérito, Diógenes Curado Filho, aguarda desde sexta-feira a remessa da relação de telefonemas efetuados nos últimos dois meses (chamados de extratos telefônicos) por quatro envolvidos, entre eles o ex-assessor da campanha do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), Hamilton Lacerda apontado como "o homem da mala", que levou ao Hotel Ibis os R$ 1,75 milhão destinado à compra do dossiê. A Claro é controlada pela mexicana América Móvil, líder no ramo das telecomunicações e pertencente ao magnata mexicano Carlos Slim

Além dos quatro números, a PF também espera pelas informações cadastrais de outros 13 números identificados na análise das quebras de sigilo telefônico dos envolvidos. Embora o prazo padrão para a remessa desse tipo de informação seja dez dias, as demais operadoras, informa a PF, costumam fornecê-las em um ou, no máximo, dois dias. No caso da Claro, já se passaram seis dias desde a decisão judicial que determinou a remessa dos dados.

Segundo a PF, a operadora chegou a pedir a dilatação do prazo para prestar as informações, o que irritou Curado. O delegado já fez gestões junto ao juiz da 1ª Vara Federal, Jefferson Schneider, que, segundo a PF, se comprometeu a tomar providências. A decisão judicial que determinou a quebra não fixou prazo para que a Claro cumprisse a determinação, mas estabeleceu que as informações deveriam ser repassadas "com a máxima urgência e no prazo mínimo"

O sigilo telefônico de Lacerda é considerado uma peça-chave nas investigações sobre a origem do dinheiro que iria comprar o dossiê. A PF quer saber, por exemplo, se Lacerda telefonou para alguma operadora de câmbio, agência de viagem ou agência bancária às vésperas da operação.

O ex-assessor petista foi filmado pelas câmeras do circuito interno de TV do Hotel Ibis levando uma mala preta para Gedimar Passos, preso no dia 15 de setembro com parte do dinheiro que seria entregue ao chefe da máfia das ambulâncias, Luiz Antônio Vedoin, em troca das informações contra Barjas Negri, ex-ministro da Saúde e ex-auxiliar do governador eleito de São Paulo, José Serra.

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