A Polícia Federal instaurou inquérito nesta sexta-feira (20) para apurar os responsáveis pelas mortes de oito ocupantes do barco pesqueiro que se chocou contra um cargueiro há quatro dias, na Baía de Guanabara. O delegado Carlos Pereira, da Delegacia da PF de Niterói, pediu à Justiça que tome medidas para impedir a saída dos tripulantes do cargueiro, que são estrangeiros, do Brasil – assim como a da embarcação. Até o momento, a Justiça não se pronunciou.

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Apesar de as investigações da PF não terem começado ainda, o delegado acredita que houve falha humana. "Vamos apurar homicídios. Tudo indica que houve mudança de rota. Alguém estava no lugar errado, na hora errada", afirmou. Ele já recebeu os laudos cadavéricos das vítimas e agora aguarda as provas técnicas da Marinha, que também apura o acidente.

A investigação feita pela Capitania dos Portos já mostrou que uma manobra brusca de uma das embarcações provocou a colisão. Há indícios de que seria a traineira, já que, de acordo com o capitão dos portos, o capitão-de-mar-e-guerra Antônio Fernando Monteiro Dias, é muito difícil um navio mercante ser capaz de se virar repentinamente, dadas suas dimensões (são 108 metros de comprimento). Segundo ele, 80% dos acidentes marítimos se devem a falhas humanas.

Serão interrogados pela PF os quatro mergulhadores que estavam entre os passageiros da traineira e conseguiram sobreviver. A PF também ouvirá os tripulantes do cargueiro, de bandeira das Bahamas. Policiais do Núcleo Especial de Polícia Marítima da PF poderão auxiliar os investigadores. O prazo de conclusão do inquérito é de 30 dias e é prorrogável.

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Todos os corpos das vítimas do choque foram resgatados. O pesqueiro estava a serviço da empresa Tecsub, que faz obras no emissário da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, e naufragou. O içamento ainda não foi acertado entre a Marinha e a Tecsub.