Polícia do Rio espera resultado de DNA para concluir inquérito sobre chacina

A polícia do Rio espera ter, até a próxima quarta-feira, o resultado de um exame fundamental para a conclusão do inquérito que investiga a chacina da Baixada Fluminense e o indiciamento de policiais: a comparação do DNA extraído do sangue encontrado no interior de um dos carros que teriam sido usados pelos assassinos com o do material genético de algumas das vítimas da matança.

O chefe de Polícia Civil do RJ, Álvaro Lins, determinou que todos os exames ficassem prontos antes da quinta-feira, já que, na sexta, dia 29, o inquérito deverá ser concluído (o prazo pode ser estendido, mas Lins espera fechá-lo no período de um mês). As provas técnicas que surgirem depois serão anexadas posteriormente ao relatório final, segundo o diretor de Polícia Técnico-Científica, Roger Ancillotti.

Ancillotti informou que o resultado do confronto de DNA é uma peça-chave das investigações. A comparação será feita entre vestígios encontrados nos tapetes do Gol prata que teria sido usado pelo soldado Carlos Jorge Carvalho (um dos suspeitos) e amostras de material biológico de pessoas mortas em locais onde houve mais vítimas: um lava-jato em Queimados e um bar em Nova Iguaçu.

Isso porque os investigadores acreditam que, nesses lugares, os atiradores andaram entre os corpos, para atirar em quem ainda estivesse vivo. Dessa forma, eles teriam pisado no sangue e, possivelmente, sujado os tapetes ao voltar para o carro. Os testes de DNA estão sendo realizados num laboratório credenciado pela Defensoria Pública, já que o laboratório da Polícia Civil, inaugurado em fevereiro, ainda não está funcionando plenamente.

Ancillotti destacou que outros exames também foram fundamentais para a conclusão do inquérito no prazo de 30 dias com o indiciamento de PMs, como os de balística, que mostraram que o Gol prata tinha cápsulas de pistola iguais às retiradas em locais dos crimes em Queimados e Nova Iguaçu.

Outro dado importante foi a identificação de impressões digitais de outro PM, o cabo Marcos Costa, em um Gol branco que também teria sido utilizado na noite do massacre. Nos próximos dias, os peritos irão jogar luminol no veículo para procurar manchas de sangue. Ainda são aguardados os resultados de novos testes de balística. Até hoje, haviam sido realizados mais de 650 exames. Hoje, os delegados que apuram a chacina não estavam na Delegacia de Homicídios da Baixada.

O secretário de Segurança Pública do RJ, Marcelo Itagiba disse hoje, ao participar de ato em memória dos 213 anos da morte de Tiradentes, realizado na Assembléia Legislativa do Rio, que a rapidez na solução do caso não é o mais importante, e sim conseguir provas sólidas: "A determinação da governadora Rosinha Matheus é que os envolvidos no caso sejam punidos de forma exemplar".

Na ocasião, o comandante da PM, coronel Hudson Miranda, afirmou que "assim como Tiradentes, defendemos a liberdade do povo do Estado e possuímos traidores que não honram a farda que vestem", numa alusão a Joaquim Silvério dos Reis, traidor da Inconfidência Mineira.

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