O Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), da Polícia Civil do Paraná, desbaratou uma quadrilha apontada como responsável por vários atentados a funcionários públicos no Paraná, entre eles a morte de um técnico da Justiça Federal em Curitiba, o assassinato do filho de um agente penitenciário, a tentativa de homicídio de um policial civil em Foz do Iguaçu e ainda a tentativa de detonar uma granada em um módulo policial de Curitiba. Ao todo, na madrugada desta sexta-feira (19), três pessoas foram presas e dois adolescentes apreendidos. Há quatro dias, outros sete integrantes da quadrilha já haviam sido presos.
?Esta é uma demonstração de força da Polícia Civil do Paraná que não permite a evolução de grupos criminosos. Estamos atentos a todas as movimentações, fazendo as investigações através dos nossos policiais e do Departamento de Inteligência. É um trabalho exemplar, principalmente neste momento que o país assiste aos ataques e motins em São Paulo?, disse o secretário da Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari.
De acordo com o delegado-chefe do Cope, Marcus Vinícius Michelotto, a quadrilha, além de ser responsável por dezenas de homicídios, sustentava suas ações através de roubos e do tráfico de drogas. ?Eles queriam mostrar força para outros grupos, matando funcionários públicos, fazendo o atentado frustrado com a granada. Mas, já estão fora de circulação?, disse.
O grupo começou a ser descoberto depois do assassinato do estudante Miguel Baron Neto, 15 anos, filho de um agente penitenciário, que aconteceu no dia oito de abril, em Curitiba. No dia 20 de abril, o técnico judiciário, Takeru Mauro Koarata, 44 anos, também foi assassinado. ?Suspeitamos que estas duas mortes tivessem sido cometidas pelo mesmo grupo e aprofundamos as investigações?, disse. Há quatro dias, o Cope chegou à quadrilha comandada por Marilda da Silva, 38 anos, apontada como uma das líderes do tráfico de drogas na região de Santa Felicidade e por Cristian Miranda Gondin, 19 anos, foragido do Educandário São Francisco. ?Prendemos sete pessoas e agora mais cinco. Todos faziam parte da mesma quadrilha que agora está desmantelada?, explicou.
Na madrugada desta sexta-feira (19), os policiais do Cope prenderam J.F., 17 anos, conhecido como ?Fuminho?, J.R., 16, A.C.M, 16, Saulo Roberto Ramalho, 31, e Fernando Ferreira da Silva, 19, quando se preparavam para fugir para Londrina, no Norte do Paraná. Saulo já conta com antecedentes em vários municípios do interior de São Paulo e Paraná, incluindo crimes como tráfico de drogas e porte ilegal de arma. Os cinco foram encontrados na Estrada da Ribeira, em Colombo, onde aguardavam um carro que os levaria para Londrina. Segundo o delegado, eles souberam da prisão de Gondin e decidiram sair de Curitiba.
?Mas, antes disso, eles fizeram uma última investida lançando uma granada contra um módulo policial, no Jardim Social. A granada não explodiu porque foi usada de maneira incorreta?, contou Michelotto.
De acordo com a polícia, todos os adolescentes são fugitivos do Educandário São Francisco, onde cumpriam medidas sócio-educativas. ?Eles fugiram de lá há alguns meses e estão envolvidos diretamente com vários assassinatos?, contou.
Os adolescentes foram encaminhados para a Delegacia do Adolescente. J.R. voltou para a ala de segurança máxima do educandário e os outros dois vão responder por formação de quadrilha e favorecimento pessoal. ?Eles estavam ajudando um foragido da Justiça a escapar da polícia e por isso, vão responder por favorecimento pessoal?, explicou o delegado. Silva e Ramalho responderão por formação de quadrilha e favorecimento pessoal também e permanecem presos no Cope.