A Operação Megabyte, iniciada na manhã desta quinta-feira (22), em Maringá, Noroeste do Estado, terminou com a detenção de cinco pessoas, a retirada de circulação de três armas, mais três veículos recolhidos e a apreensão de farto material que lotou uma das salas da 9.ª subdivisão da Polícia Civil. São 35 computadores, 18 monitores de vídeo, uma máquina fotocopiadora, quatro rádios comunicadores, cinco impressoras, três obras de arte, placas de computador, cartuchos de impressora entre outros equipamentos de informática.
Foram cumpridos mandados judiciais em Maringá, no distrito de Iguatemi, e nos municípios vizinhos de Paiçandu e Mandaguaçu. Dos cinco presos, dois vão responder a termo circunstanciado por receptação culposa. Um deles vai responder a inquérito policial por posse ilegal de arma e receptação culposa e dois estão indiciados por receptação qualificada.
De acordo com o delegado Antônio Brandão Neto, não é possível afirmar que se trata de uma quadrilha, mas há relação entre os detidos e os crimes de furto em lojas de informática. Esses furtos eram investigados pela Polícia Civil há pelo menos um mês. O delegado Laércio Cardoso Sahur, que também participou das investigações, disse que já é certo que Wilian Vieira dos Santos da Silva, 27 anos, que está preso na delegacia há cinco dias depois de ser flagrado pela Polícia Militar durante um arrombamento, foi a pessoa que repassou os computadores. ?Ele responde a processo em quase todas as varas criminais de Maringá por furto?, disse Sahur.
Pelo que a polícia apurou, Wilian montou uma loja de produtos de informática, que era abastecida com produtos de furto e roubo. ?Desde 2001, ele vem sendo preso pelos dois crimes, mas sempre consegue a liberdade provisória. Agora temos todos os indícios para que a prisão dele seja mantida?, afirmou o delegado, que disse também que Wilian não assume os crimes. ?Mas um dos presos na operação de hoje, que tem uma escola de informática, confirmou que utilizava equipamentos comprados de Wilian?, comentou Sahur, que juntamente com os delegados Brandão e Cristiano Augusto Quintas dos Santos coordenaram a operação. O trabalho policial teve início nas primeiras horas da manhã e teve seqüência durante todo o dia.
Presos
Na Operação Megabyte, foram presos Alex Pereira de Souza, 31 anos, que seria negociador de carros. Em sua casa foram encontradas as três armas (uma pistola minithunder calibre ponto 40, de fabricação Argentina com carregador com capacidade de 13 tiros, mais 6 cartuchos intactos do mesmo calibre; um revólver calibre 357, com capacidade para 6 tiros e 2 cartuchos intactos; e um revólver calibre 32) e os três veículos (uma Pajero, um Escort e uma BMW). Alex foi indiciado pelos crimes de posse ilegal de arma de fogo e receptação culposa. Ele foi preso durante o cumprimento do mandado judicial em Mandaguari. Em Paiçandu foi preso o dono da escola de informática Reginaldo Todão Garcia, 28 anos, que pelas informações prestadas foi indiciado em inquérito por receptação qualificada.
Em Maringá foram cumpridos os mandados que resultaram nas prisões de Anderson Antônio Ribeiro, 22 anos, indiciado por receptação qualificada e os irmãos Roberto Galbiak, 48 anos, e Pedro Galbiak Junior, 43 anos, que vão responder a termo circunstanciado por receptação culposa. Durante a operação, em Maringá, a polícia não encontrou objetos num dos pontos visitados, mas recebeu uma denúncia anônima e decidiu verificar as informações repassadas. ?Descobrimos que alguns dos aparelhos que apreendemos tinham sido guardados na casa de vizinhos pela esposa de um dos presos?, disse um dos policiais. Foram apreendidos com a vizinhança um data-show, um notebook e um computador completo. Os vizinhos que achavam que estavam fazendo ?uma boa ação? também vão ter que prestar depoimento na delegacia.