A Delegacia de Homicídios de Curitiba desvendou o assassinato do promotor de Justiça Roberto Moellmann Gonçalves Barros, 39 anos, morto dentro de sua casa, no bairro Ahú de Curitiba, na semana passada. O amigo do promotor Adriano Allpinhak da Silva, 27, anos está preso acusado de planejar o crime. Além dele, a polícia prendeu Anderson Marola, 29 anos, e também divulgou o retrato-falado de um homem identificado como Marcos. Os dois são acusados da execução do crime.
?Foi um trabalho exaustivo de investigação, conduzido pelos delegados da Delegacia de Homicídios, e que merece os parabéns. Está preso o mentor, que era amigo pessoal da vítima e os outros dois são os acusados de ter matado o promotor?, disse o secretário da Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari, que acompanhou de perto os trabalhos dos delegados Aprígio Paulo de Andrade Cardoso, Jaime da Luz e Paulo Padilha. ?Lamento muito pelo que aconteceu com Roberto que era o meu amigo pessoal e foi vítima desse crime bárbaro. Agora esperamos que a Justiça seja dura, porque é um tipo de crime repugnante?, declarou o secretário
De acordo com o delegado Aprígio Paulo de Andrade Cardoso, chefe da delegacia, Adriano da Silva foi o primeiro a ser preso pela polícia, depois de longa negociação acompanhada pelos promotores Pedro Carvalho Santos Assinger e Mônica Sakamori. Adriano foi identificado pela polícia depois de sacar R$ 1 mil da conta do promotor, um dia depois do crime. Ele foi flagrado pelo sistema de vídeo de uma das agências do Banco do Brasil e, no momento do saque, usava um boné com o nome de seu filho. Adriano também teria feito um segundo saque, de R$ 500, em uma outra conta do Banco Itaú.
A empregada do promotor também ajudou no reconhecimento de Adriano através de uma foto que constava de um inquérito aberto contra ele por porte ilegal de arma em agosto do ano passado. Depois de preso, segundo o delegado, o rapaz confessou ter planejado todo o crime e contou com detalhes como tudo aconteceu. ?Adriano parou o carro na frente da casa e o portão foi aberto pelo próprio promotor. Anderson e Marcos ficaram no carro e, em seguida, entraram na casa anunciando o roubo. Adriano, neste momento, se fez de vítima e disse que os dois levaram o promotor para o quarto da empregada, onde foi consumado o crime?, relatou o delegado.
Negação
Foi Adriano, em depoimento, que entregou Anderson Marola, 29 anos, que nega ter assassinado o promotor. Segundo o delegado, Anderson assumiu já ter praticado outros roubos e até já teria sido reconhecido por uma das vítimas. O terceiro suspeito, identificado como Marcos, está sendo procurado pela polícia. Ele é moreno claro, tem entre 1,80m e 1,85m e, pelas informações levantadas pelas equipes de investigação, teria entre 35 e 40 anos.
Conforme o delegado Aprígio e o delegado Jaime da Luz, embora Anderson negue a participação no crime, a polícia já sabe que ele e Adriano trocaram telefonemas no dia anterior à morte do promotor para combinar detalhes do homicídio.
Durante as buscas, o pai de Adriano também foi detido e indiciado por posse ilegal de arma, já que na casa dele foram apreendidas duas armas, um revólver calibre 38 ? que teria sido usado para ameaçar o promotor – e uma espingarda. Apesar de indiciado, a polícia descarta a hipótese de o pai de Adriano ter participado do crime. Luvas descartáveis também foram apreendidas na casa de Adriano. Segundo a polícia, a faca usada para matar o promotor teria sido jogada nas proximidades do terminal de ônibus do bairro Cabral, nas imediações da casa da vítima, onde foi encontrada a carteira da vítima.
O promotor de Justiça Pedro Carvalho Santos Assinger e a promotora Mônica Sakamori acompanharam todo o desenrolar das investigações desde o momento em que o Ministério Público tomou conhecimento da morte de Roberto Barros. O trabalho da polícia foi elogiado por eles. ?Se tem alguma nota acima de 10 ou um percentual acima de 100% eu daria mais que isso para a polícia do Paraná?, avaliou Assinger.
Adriano Allpinhak da Silva e Anderson Marola serão indiciados por latrocínio (roubo com morte) e podem ser condenados a até 30 anos de prisão. O pai de Adriano responderá por posse ilegal de arma de fogo. A polícia pede que as pessoas que tiverem qualquer informação que ajude a localizar o terceiro suspeito entrem em contato com a delegacia (41) 3262-1837.