Uma equipe da Delegacia de Estelionato de Maringá, no Norte do Paraná, acabou com o esquema de falsificação de cartuchos de tinta para impressoras, que eram vendidos no varejo e usados para participar de licitações federais. De acordo com o delegado Francisco Caricatti, Marco Antônio de Barros Macarini, 38 anos, é apontado como mentor do esquema.
Macarini está foragido, mas seu advogado fez contato com a polícia e se comprometeu a apresentar seu cliente na próxima semana. ?Ele usava o nome de uma empresa de que já foi proprietário para participar de licitações. Apreendemos, em sua casa, diversos documentos que podem provar que ele vendeu cartuchos falsificados em concorrências federais da Marinha, Exército, Universidade Federal do Paraná e para a Universidade Federal de Lages?, disse o delegado.
As buscas feitas pela polícia na residência de Macarini e também em uma sala comercial onde eram feitas as falsificações foram autorizadas pela Justiça. Foram apreendidas duas máquinas para empacotar cartuchos, cerca de cinco mil selos da marca HP e mil cartuchos recarregados e também as caixas onde seriam embrulhadas para a venda. ?Sabemos que ele utilizava uma gráfica para fabricar os selos da HP e as embalagens. As falsificações foram muito bem feitas?, explicou o investigador Sérgio Eduardo Lopes.
Todos os documentos apreendidos serão enviados para perícia. ?Nós vamos entrar em contato com os órgãos que podem ter sido enganados e com a empresa HP para continuar a investigação?, ressaltou o delegado.
Investigações
Segundo a polícia, Macarini começou a ser investigado há cerca de 20 dias, depois que uma empregada doméstica denunciou à polícia que teria ?emprestado? seu nome para que Macarini abrisse a empresa ?Mil Print?, em Maringá. ?Ele fez vários empréstimos e compras, mas não pagou nada. Fechou a empresa e a empregada começou a ser cobrada, por isso, nos procurou?, contou.
Durante as investigações, a polícia descobriu que Macarini comprava cartuchos vazios, recarregava-os e os vendia como novos. ?Ele gastava menos de R$ 8 por cartucho e os revendia por R$ 70 ou R$ 80 a unidade. E ainda, possivelmente, fraudava licitações. Estimamos que pelo menos cem cartuchos eram fabricados todos os dias?, contou o delegado.
A polícia informou que, a princípio, todo trabalho de falsificação era feito apenas por Macarin, com o auxilio de uma gráfica, que produzia os rótulos, selos e caixas da empresa HP. Macarin vai ser autuado por falsidade ideológica, estelionato, violação de direito autoral e, possivelmente, fraude em licitação.
