Polícia desmantela grande esquema de tráfico de drogas em Foz do Iguaçu

O Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce) realizou nesta quinta-feira (25), em Foz do Iguaçu, a operação Mosaico que desvendou um esquema de tráfico de drogas que movimentava cerca de R$ 6 milhões por mês. Foram cumpridos oito mandados de prisão e quatro de busca e apreensão. Uma pessoa foi presa em flagrante por tráfico de drogas e associação para o tráfico. Meia tonelada de maconha foi apreendida além de celulares, computadores, balanças e veículos possivelmente roubados.

O delegado Sérgio Inácio Sirino, chefe do Nurce, disse que esta ação é o desfecho das operações Corsários, Marsúpio e Medusa, deflagradas nestes últimos meses. Elas interligam-se pela coincidência dos crimes, pessoas envolvidas, suas associações e ligações para prática de tráfico de entorpecentes, além de abastecer o mercado das drogas, principalmente em Curitiba, litoral paranaense e litoral catarinense. ?Até agora foram presas, ao todo, com estas ações, nove pessoas?, revelou.

Três mandados de prisão foram cumpridos em Foz do Iguaçu, no bairro Porto Belo. No local, foi encontrada cerca de meia tonelada de maconha. A proprietária da casa, Elvira Cassenote, seu filho, Márcio Cassenote, e o ?mula? Geraldo Ribeiro Dias, foram também autuados em flagrante por tráfico de drogas. Seis mandados de prisão foram cumpridos em cadeias de Três Barras do Paraná, Curitiba, Joinville (SC) e Foz do Iguaçu. ?Muitas pessoas já estavam presas por outros crimes relacionados ao tráfico e os mandados, agora pelo crime de associação para o tráfico, foram cumpridos dentro das prisões?, explicou o delegado.

De acordo com Sirino, o esquema de tráfico movimentava média de 350 quilos de maconha por semana. A droga, segundo o policial, era comprada pelos traficantes a R$ 20 e revendida a R$ 60. ?Era uma movimentação de 1,2 mil a 1,6 mil quilos por mês. Como o usuário final paga por grama da droga cerca de R$ 5, o impacto econômico do crime de associação criminosa apurada pelo Nurce giraria em torno de R$ 6 milhões mensais, que eram divididos pelas facções criminosas das pessoas envolvidas?, complementou o delegado.

As investigações prosseguem com o cumprimento de outros mandados de prisão e busca e apreensão.

O tráfico

Segundo do delegado Sirino, a droga era provavelmente comprada na cidade de Pedro Juan Cabalero, no Paraguai. O traficante Márcio Cassenote, que contava com o apoio de sua mãe, Elvira Cassenote, avisava seus clientes quando a droga chegava em Foz do Iguaçu para que eles buscassem o material.

?O comprador disponibilizava um veículo para que Márcio escondesse a maconha e assim ludibriasse a fiscalização policial. O traficante que adquiria a droga contratava uma pessoa, denominada ?mula?, para buscar o carro e levá-lo ao seu destino. Quando o ?mula? chegava em Foz do Iguaçu, o comprador buscava-o na rodoviária e o colocava num hotel próximo à rodoviária?, explicou.

O carro era entregue ao ?mula?, juntamente com um celular para contato durante a viagem. O traficante então seguia na frente por cerca de uma hora, fazendo o papel de ?batedor?, com a finalidade de observar se existia alguma barreira policial. Se tudo estivesse livre ele autorizava o ?mula? a seguir viagem. Pegavam a BR-277, fazendo desvios para não cruzarem com postos da Polícia Rodoviária, num esquema detalhadamente planejado, e sempre mudando o trajeto, tudo para dificultar a ação policial.

Quando o ?mula? chegava ao destino, o condutor do veículo com a droga parava no estacionamento de um grande supermercado ou shopping, entregava a chave para o traficante adquirente e recebia a quantia de R$ 500 pela viagem. ?Conforme pudemos comprovar, o carro usado para o transporte da droga podia ser um veículo clonado, roubado ou adulterado, ou seja, mais um lado sinistro dos traficantes e sua ligação com outros crimes?, complementou Sirino.

Uma das compradoras foi Pedrina Fátima de Quadros, conhecida por ?P?. Ela foi autuada em flagrante na Operação Medusa e era companheira de Rosinaldo da Silva Nascimento, traficante e que se encontra preso na Penitenciária Industrial de Joinville-SC. Ele passou o legado do tráfico de drogas para Pedrina, que adotou o mesmo esquema. Nascimento, do interior do presídio, orientava Pedrina através de telefone celular.

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