A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul está investigando a advogada Isleide Maria Veloso por suspeita de colaboração com o Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa paulista com ramificação no Estado, onde controla parte do tráfico de drogas e de armas, pratica seqüestros e comanda rebeliões em presídios. Isleide e outras duas pessoas foram presas no mês passado, durante operação policial que desbaratou uma central de comunicação montada para facilitar o contato entre presos, por meio de telefones celulares.

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Os investigadores chegaram a Isleide durante a apuração do assassinato do advogado William Macksoud, em abril passado. Há suspeita de que Macksoud, que defendia integrantes do PCC, tenha sido morto por determinação do crime organizado, possivelmente insatisfeito com a atuação do advogado. Os policiais não informaram qual seria o papel de Isleide na colaboração ao PCC.

A advogada, que está grávida, foi afastada por 90 dias pela OAB-MS. A sessão de julgamento do Tribunal de Ética da OAB aconteceu ontem, com a presença de Isleide, que se diz inocente. Os conselheiros optaram por um afastamento preventivo até a conclusão do processo de expulsão da advogada.

O Mato Grosso do Sul é um importante braço do PCC, por causa da fronteira com o Paraguai, uma das principais fontes de armas e drogas que chegam ao Brasil. A CPI do Tráfico de Armas investiga 34 advogados suspeitos de colaboração com o PCC, a grande maioria de São Paulo. Isleide não está entre os investigados da CPI. Na operação que levou à prisão da advogada, foram apreendidos doze computadores e 15 celulares usados para comunicação com os presos.

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