A Polícia Civil concluiu, na tarde da última segunda-feira (30), o inquérito que apurava a morte da copeira Rosária Miranda da Silva, de 44 anos, e indiciou a investigadora Kátia das Graças Belo por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e sem chance de defesa para a vítima. A Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) também pediu à Justiça a prisão preventiva da policial.
O indiciamento da investigadora e o pedido de prisão preventiva foram confirmados pelo delegado que presidiu o inquérito, Fábio Amaro. Segundo o policial, a prisão foi pedida para “garantir a ordem pública”. O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público do Paraná (MP-PR), que deverá agora decidir se oferece ou não denúncia à Justiça.
Durante o curso das investigações, Kátia chegou a ser indiciada por homicídio tentado – momento em que Rosária ainda estava internada, e depois se cogitou um indiciamento por homicídio doloso (com intenção de matar).
A polícia já havia feito um pedido de prisão temporária (por 30 dias) de Kátia no início do mês, mas ele foi negado na ocasião pela juíza Ana Carolina Ramos. Na ocasião, a polícia identificou com base em testemunhos sigilosos que o tiro disparado contra a copeira não havia sido o primeiro efetuado pela investigadora. Havia um suposto histórico e medo que a policial imporia aos vizinhos e testemunhas.
O advogado da família da copeira, Ygor Salen, afirmou que o indiciamento refuta uma eventual desconfiança de corporativismo. “A família recebeu a notícia [do indiciamento] com satisfação. Eles queriam e me cobravam isso, porque somente assim cessará a desconfiança de um eventual corporativismo”, afirmou.
Peter Amaro de Sousa, advogado da investigadora, informou que ainda não recebeu a informação oficial do indiciamento. Mas ponderou que já esperava por isso. Ele concedeu essa entrevista antes da reportagem obter a informação sobre o pedido de prisão. “Esse indiciamento, se confirmado, é uma questão em cima de indícios. [Se confirmado] A defesa, claro, vai contestar. Entendemos que há falhas na condução [da investigação], com brechas que vão desaguar na absolvição da senhora Kátia por falta de prova cabal da autoria”.
Kátia das Graças Belo está sendo investigada por supostamente ter disparado o tiro que matou a copeira enquanto ela comemorava com colegas de trabalho o final do ano, no dia 23 de dezembro, no Centro Cívico.
Investigações
Durante as investigações, a Polícia Civil identificou um vídeo que registrou três clarões da janela da investigadora. A imagem foi feita por uma câmera de segurança de uma empresa, localizada próxima da residência da policial, na região do Centro Cívico, e foi incluída no inquérito policial enviado ao Ministério Público.
A DHPP também localizou um estojo deflagrado na parede do local onde Rosária foi atingida. O estojo, de um projétil calibre ponto 40, foi encaminhado para ser periciado no Instituto de Criminalística.