A Escola Superior de Polícia Civil formou 197 novos policiais, entre investigadores e escrivães. O evento foi realizado no auditório do Canal da Música, em cerimônia oficial, às 18h desta sexta-feira (15). Participaram da solenidade o secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, o delegado-geral da Polícia Civil, Jorge Azôr Pinto, a diretora da Escola de Polícia, Charis Negrão Tonhozi, além de outras autoridades. ?É uma turma qualificada que irá reforçar os quadros da Polícia Civil e trabalhar para a segurança da população dentro dos preceitos modernos de se garantir a segurança pública?, disse o secretário.
Os 157 investigadores e 40 escrivães serão distribuídos entre delegacias do interior, capital e região metropolitana de Curitiba. Desde 2003, o governador Roberto Requião, aprovou a contratação de cerca de 500 policiais civis e 2 mil policiais militares. ?Esta turma é um novo alento para o nosso trabalho. Esses policiais saem bem preparados e representam, com certeza, reforço importantíssimo?, disse o delegado geral.
Segundo a diretora Charis Tonhozi, 60% da turma que se forma têm curso superior completo. ?Esta característica elevou o nível de ensino e o aprendizado dos novos policiais e nos permitiu avançar mais em discussões e transmitir ainda mais conhecimento?, disse. A diretora observou também que a faixa etária dos alunos ajudou a melhorar os índices de qualidade da turma. ?A maturidade foi um aspecto positivo porque eles demonstraram prudência e cautela em momentos importantes de tomadas de decisões. Graças a essas características, as médias finais do curso foram bastante elevadas?, explicou.
Os alunos passaram por treinamento intenso durante quatro meses. No total, foram 750 horas/aula para investigadores e 850 horas para os escrivães. O conceito de polícia comunitária, direitos humanos e legislação, além de práticas, como uso legal da arma de fogo e combate estavam no currículo de ensino. O funcionamento das delegacias especializadas como Estelionato e Desvio de Cargas, Homicídios e Furtos e Roubos, também foi tema das aulas.
O Geoprocessamento
Mapa do Crime, outra ferramenta atual da polícia paranaense, também foi explicado nas aulas. ?O Mapa do Crime é uma ferramenta de inteligência que precisa ser estudada para poder ser usada estrategicamente. Eles precisam entrar na polícia do Paraná atualizados e em sintonia total com o conceito moderno de segurança pública?, afirmou Delazari.
Os novos
A investigadora Meiri Ferreira de Oliveira, 42 anos, se surpreendeu com as aulas. ?Meu ideal é ser investigadora, porque meu marido é policial civil e despertou em mim a paixão por este trabalho. O curso exigiu muito esforço, é melhor do que eu pensei e estou satisfeita com esta escolha?, relatou.
Amauri Daniel de Carvalho, 47, é escrivão de polícia e agora vai para Londrina, trabalhar no 1.º Distrito Policial. Segundo ele, a experiência que a idade traz contou muito para o aprendizado na escola. ?A vivência que alguns de nós adquirimos por sermos casados, termos filhos, nos torna mais humanos e conseguimos entender melhor as situações adversas. As pessoas mais maduras conseguem compreender melhor o mundo e, nesta profissão que lida com problemas sociais o tempo todo, isto é fundamental?, disse ele. Segundo Carvalho, o curso superou suas expectativas.
Para o novo investigador Luiz Renato, 41, de Curitiba, a entrada no quadro funcional da Polícia Civil representa a realização de um sonho. ?Espero contribuir trabalhando correta e honestamente para garantir a segurança dos paranaenses?, disse. Já o investigador Valdir da Silva, da região metropolitana de Curitiba, acredita que a chegada da nova turma melhorará em muito o trabalho da Polícia Civil. ?Vamos trabalhar com muito empenho para ajudar da melhor maneira possível?, finalizou.
Eliminações
No começo do curso, 240 alunos ingressaram na Escola Superior de Polícia Civil. Entretanto, algumas reprovações e casos de pedido de exoneração fizeram com que o número de formados ficasse em 197. ?Os casos de reprovação são comuns, já que o curso é bastante exigente. Esta é uma profissão que exige conhecimento, disciplina, habilidades específicas como o raciocínio, porque precisamos ser os melhores para garantir a segurança da população?, explicou a diretora Charis.
Ela disse ainda que os alunos que não reprovaram em matérias eliminatórias deverão retomar as disciplinas, junto com uma próxima turma da Polícia Civil. ?Para o investigador, são eliminatórias as disciplinas de uso legal da arma de fogo e operações policiais. Para os escrivães, as disciplinas eliminatórias são a de uso da arma de fogo e a prática cartorária. Fora a reprovação nestas disciplinas, é possível retomar a carreia?, explicou.
Próximos cursos
Começam na semana que vem os cursos de Atualização de Gestão em Segurança Pública e o curso de Atualização em Técnicas Policiais Interativas. Os treinamentos serão realizados com recursos da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública) e da Secretaria da Segurança do Paraná. ?Temos que aproveitar a estrutura da Escola para promovermos cursos de recapacitação e reciclagem dos policiais. Este trabalho de atualização é constante, não pode parar, assim como em outras profissões se investe em novos conhecimentos para não ficar parado no tempo?, disse Delazari.
Serão capacitados em média 1.500 policiais civis e militares, além da Polícia Científica. ?A intenção será integrarmos os policiais civis e militares na mesma sala de aula?, relatou Charis. A Academia do Guatupê também dará algumas disciplinas dos cursos, com os mesmos palestrantes mesclados entre civis e militares. ?Se hoje não temos a academia fisicamente integrada, já temos a filosofia desta integração das polícias, com este tipo de atividade?, afirmou a delegada. O curso começa no dia 18 deste mês e termina 28 de outubro. De 2003 até agora, quase cinco mil alunos passaram por cursos de atualização e capacitação na Escola Superior de Polícia Civil.