A Polícia Científica já realizou 106 atendimentos durante a Operação Viva o Verão nas costas Oeste, Norte e Leste, desde o início da temporada, em 16 de dezembro, confeccionando os respectivos laudos. O maior número de casos foi registrado na Costa Oeste, com 56 laudos. Na Costa Leste, foram feitos 34 e na Costa Norte 16 atendimentos. A novidade, neste ano, é a possibilidade da realização de perícia química no local da apreensão de substância entorpecente.
?As perícias químicas identificam as drogas na hora e no local da apreensão. Às vezes nós temos talco em vez de cocaína. Uma simples perícia identificadora poderá dizer se a substância é droga ou se é inofensiva?, disse o Diretor da Divisão Técnica do Interior do Instituto de Criminalística do Paraná, Geraldo Gonçalves de Oliveira Filho. Foram feitos cinco testes desta natureza, todos em Matinhos, no litoral paranaense.
Oliveira Filho disse que o trabalho só está sendo possível a partir dos investimentos realizados no ano de 2005 pela Secretaria da Segurança Pública. ?Estamos inovando. Fazemos na hora um primeiro teste para confirmar se é droga e, depois, o material é encaminhado ao laboratório para que haja um aprofundamento da perícia?, explicou. Segundo o diretor, os investimentos se traduzem em mais agilidade para o trabalho do perito e uma resposta mais rápida à população.
Na opinião de Oliveira Filho, este governo tem sido o melhor dos últimos 30 anos para a Polícia Científica. Ele ressaltou a participação, possível com a aquisição de equipamentos, dos peritos em tempo integral na Operação Viva o Verão nas três regiões do Paraná onde o projeto está sendo desenvolvido. ?Atendemos todas as ocorrências que tenham exame de corpo de delito. Toda infração criminal que deixa vestígio é atendida pelo Instituto de Criminalística para fazer a prova material do fato?, disse.
O trabalho dos peritos consiste em produzir o laudo que integrará o inquérito policial e, posteriormente, a instrução criminal. ?Verificamos as provas, elegemos as que podem determinar a autoria de um fato ou pelo menos explicar como ele aconteceu?, disse o diretor. Até o momento foram feitos laudos de acidentes de trânsito, balística forense, crimes contra o patrimônio e contra a pessoa e ainda de engenharia legal, de identificação pericial, informática forense e química legal.
Sucesso
O sucesso o trabalho do perito e da colheita de provas depende da colaboração das pessoas. ?Quanto menos invadida for a área, maior a probabilidade de sucesso na perícia e possibilidade de se identificar o autor do crime. Temos pegadas, impressões digitais, manchas de saliva, manchas orgânicas e inorgânicas, o próprio corpo, o próprio local, enfim, o local fala?, descreveu Oliveira Filho. ?Quem sabe identificar estes pormenores é o perito?, completou.
De acordo com o diretor do Instituto de Criminalística, que junto com o Instituto Médico Legal, integra a Polícia Científica, há publicações da área que segundo ele podem ser até um pouco chocantes. ?Há livros que dizem que os locais falam, os cadáveres falam. Basta que a gente saiba ?escutá-los?. Por isso, sempre pedimos para que as pessoas não alterem os locais de crime e comuniquem a autoridade policial civil ou militar para que seja chamado o perito?, explicou.