A Polícia Científica ? que inclui o Instituto Médico Legal e o Instituto de Criminalística ? também está integrada à Operação Viva o Verão no litoral paranaense. Os peritos têm a missão de fazer levantamentos de local de crime de qualquer tipo de ocorrência policial em que houver solicitação da autoridade policial. ?Os fatos levantados são transformados num laudo pericial, que vai compor o inquérito e que, depois, integra o processo que vai ser julgado pela Justiça?, afirmou Jussara Joeckel, perita científica do Instituto de Criminalística.
Desde o início da Operação Viva o Verão, no dia 16 de dezembro, foram confeccionados pela Polícia Científica apenas seis laudos (dois de acidente de trânsito, dois de casos de roubos e dois exames de veículos). Segundo Jussara, por ser uma espécie de ?termômetro? das ocorrências policiais de um município, a partir do trabalho que estão tendo é possível ?medir? o nível de tranqüilidade. ?Com isso podemos afirmar que esta operação está sendo bastante segura?, comentou.
Pelo fato das provas técnico-científicas serem de crucial importância para o inquérito policial, ela diz que os profissionais que fazem este trabalho delicado e minucioso contam sempre com a colaboração da população. ?As pessoas não devem interferir no local de crime. Esta é uma solicitação que fazemos com veemência sempre em qualquer lugar em que nós o estamos e também em qualquer local de crime. É quase uma súplica. Ninguém pode entrar em contato com local de crime antes da chegada dos peritos?, advertiu.
Jussara comentou que qualquer interferência pode atrapalhar o trabalho do perito. Ela lembrou que a Polícia Militar auxilia no isolamento dos locais de crime, mas nem sempre são os policiais que chegam primeiro. ?Normalmente são populares ou parentes da vítima ou, no caso de roubo a residência, o próprio pessoal da casa?, disse a perita. ?Quando as pessoas alteram o local de crime elas estão alterando com isso o corpo do delito, mudando a prova e impedindo a Justiça de funcionar. As pessoas não devem se aproximar do local do crime?, reforçou.
De acordo com Jussara, as pessoas devem ter em mente que infelizmente o crime já foi cometido e só resta agora levantar os indícios, as evidências. ?E isso tem que ser absolutamente idôneo. Não pode haver nenhuma interferência de terceiros. As pessoas ao invés de estarem colaborando, acabam atrapalhando. A colaboração num local de crime é você se afastar dele?, disse. Este trabalho tem sido feito não só nos grandes centros, mas em todo o Paraná. ?E nosso efetivo disponível foi deslocado para a Operação Viva o Verão também?, acrescentou.
Retrato falado
O retrato falado é uma das atribuições da Polícia Científica. Na Operação Viva o Verão, um profissional está disponível 24 horas por dia para fazer este trabalho. E a pessoa que tenha informações sobre alguém que cometeu um crime, ou mesmo que tenha sido vítima, não precisa deixar de lado a própria segurança para observar características do agente para posterior confecção de um retrato falado. ?No momento em que a pessoa está sob tensão ela nem sempre tem condições de observar melhor e dependendo do caso ela nem deve encarar o acusado?.
Jussara pede que possíveis vítimas não tentem se defender, o que pode fazer com que o agente, no nervosismo, acabe atacando. ?Nós temos um pessoal especializado para confecção do retrato falado. Se a pessoa entrou em contato por algum momento com o agressor será feito um trabalho até com relação ao lado psicológico dela. Vão ser feitas perguntas, ela não deve se preocupar. O retrato falado vai sair normalmente e com tranqüilidade?, afirmou. Ela vai procurar a Polícia Civil ou a Polícia Militar e dizer que tem informações que possam servir para um retrato.