A Polícia Civil de Toledo prendeu 11 pessoas desde quinta-feira (17), quando deu início à Operação Parcela, criada para desmantelar uma quadrilha especializada em fraudar financiamentos de veículos, para revende-los no Paraguai. Ainda falta cumprir dois dos 13 mandados de prisão expedidos pela Justiça. Durante a operação, foram cumpridos também sete mandados de busca e apreensão. Foram apreendidos falsos holerites, documentos de veículos, uma arma de fogo e os computadores onde os documentos falsos eram montados.
A operação foi realizada em Cascavel, Marechal Cândido Rondon e Toledo, simultaneamente. ?Foi uma investigação de vários meses para desmantelar a quadrilha que agia em Toledo e região, adquirindo veículos com nomes de ?laranjas? e, depois, os revendendo no Paraguai. Parte da quadrilha também ainda agia no comércio de Toledo, fazendo compras em lojas da cidade utilizando falsos cadastros no crediário?, contou o delegado Júlio Reis, da 20ª Subdivisão de Toledo.
Até agora, em levantamento prévio feito pela Polícia Civil, mais de 30 motocicletas e automóveis foram adquiridos por meio desse golpe. ?De acordo com nossos cálculos, os crimes investigados devem ter causado prejuízos que devem chegar a meio milhão de reais?, revelou Reis.
Entre os presos está um empresário que fornecia falsas informações de vínculo de emprego, para que os créditos fossem aceitos. Em outra revendedora de automóveis, um vendedor foi preso porque, segundo a polícia, providenciava os falsos holerites, quase sempre montados com informações de empresas de grande porte. ?Como grandes empresas não confirmam informação pessoal de funcionários, isso facilitava a ação da quadrilha?.
Além disso, segundo o delegado, algumas pessoas que forneceram seus nomes como laranjas também se beneficiaram com os golpes e, por isso, foram presas. Todos os integrantes da quadrilha serão indiciados por estelionato e formação de quadrilha.
Golpe
O golpe funcionava quando um dos integrantes da quadrilha ia até uma loja de veículos com um ?laranja?, cujo nome verdadeiro era utilizado para fazer a compra do carro ou da moto. Porém, todas as informações restantes, como comprovante de endereço e rendimentos eram falsas. Enquanto isto, um empresário esperava a ligação da loja para confirmar o falso vínculo de emprego. Após a conclusão da compra, o veículo era levado para o Paraguai. Depois de alguns meses, quando a concessionária ia atrás dos atrasos das parcelas e conseguia encontrar o laranja, este dizia que não tinha dinheiro e que já tinha vendido a moto. ?As empresas desistiam de encontrar a moto, pelo custo que é para recuperá-la?, relatou o delegado.