O governador Roberto Requião, candidato à reeleição, além do bom governo que realiza, obviamente tira bons dividendos da exposição diária na mídia política e da publicidade que fez anteriormente. Os números da segunda pesquisa Ibope/RPC indicam a real possibilidade de vitória já no primeiro turno, se nenhum imprevisto ocorrer até 1.º de outubro.
Requião tem 43% das intenções de voto dos paranaenses, contra 26% do senador Osmar Dias (PDT), 5% do ex-deputado Rubens Bueno (PPS) e 3% do senador Flávio Arns (PT). Nas simulações do segundo turno também ganha com facilidade de Osmar (51 a 36), Rubens (61 a 19) e Arns (63 a 16). Diriam os requianistas mais afoitos que o eleitor plasmou a decisão: em time que está ganhando não se deve mexer.
A diferença entre Requião e os candidatos mais próximos, segundo a pesquisa, cuja margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, é de sete pontos. Existe, porém, uma reserva de 14% de eleitores indecisos e 7% que pretendem votar em branco ou anular, e é sobre esse reduzido universo que os marquetólogos de Osmar, Rubens e Arns devem centrar o poder de convencimento dos candidatos, na tentativa de forçar o segundo turno.
Todos os candidatos afirmavam que a campanha somente começaria com os programas de rádio e televisão e que, a partir de então, as coisas iriam mudar pra valer. Para alguns, não obstante, a campanha parece ainda não ter iniciado, tal é a cordura das mensagens e das próprias imagens usadas para ilustrá-las. Até aqui a única iniciativa de criar algo diferente foi o tom bem-humorado do horário de Rubens Bueno em alusão ao nepotismo, embora o candidato tenha recuado dois pontos. Não se diga, porém, que é forçoso baixar o nível, apelar para inverdades ou desaforos para a campanha pegar fogo e desfazer a folgada diferença do favorito.
Os eleitores querem conhecer as linhas mestras dos planos de governo dos pretendentes ao cargo de governador e se agradam de quem tem firmeza e convicção. Se alguns candidatos ainda não foram capazes de transmitir essa marca visível da personalidade, os eleitores ficam no contrapé e, na dúvida, preferem dar o voto a quem está no poder. O mesmo acontece com Lula, ante o aparente desânimo dos opositores.