O número de pessoas vivendo em regime de pobreza absoluta em todo o mundo (consumo inferior a US$ 1 por dia), passou de 2,450 bilhões em 1981 para 2,735 bilhões em 2001.
A região campeã da miséria é o Sul da Ásia, que tomou o lugar do Leste da Ásia e Pacífico, onde em 1981 foi contado 1,170 bilhão de pobres absolutos. Dez anos depois o triste contingente foi reduzido para 864 milhões.
Sobrevive hoje, no Sul da Ásia 1,064 bilhão de pessoas excluídas por completo da sociedade de consumo, ou seja, em condições de extrema carência, no entanto, não suficientes para sensibilizar os dirigentes do Primeiro Mundo.
Para se ter uma idéia emblemática do desequilíbrio econômico global, é bastante citar que na União Européia uma vaca recebe subsídio anual correspondente a três vezes a renda anual per capita dos africanos mais pobres.
David Landes, historiador e economista político da Universidade de Harvard, escreveu que hoje a diferença de renda pessoal entre a nação industrial mais rica, Suíça, e a nação não industrial mais pobre, Moçambique, é de 400 para 1.
Desafio mitológico para a Organização das Nações Unidas (ONU), que lançou o programa Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, com a meta principal de reduzir à metade a pobreza absoluta existente no planeta, até 2015.
O programa insiste na suspensão de barreiras comerciais para produtos originários dos países pobres e a redução dos subsídios a produtores rurais da Europa e Estados Unidos.