Num julgamento que levou 24 horas, dois ex-policiais militares acusados da chacina de Vigário Geral, que deixou 21 mortos em 1993, foram condenados por unanimidade a 59 anos e 6 meses de prisão. Paulo Roberto Alvarenga e José Fernandes Neto já haviam sido condenados anteriormente pelos crimes a penas superiores a 30 anos e tiveram direito a novo julgamento. Eles alegavam inocência.
Alvarenga, condenado a 449 anos e 8 meses de prisão no primeiro julgamento, com pena reduzida a 57 anos pelo Supremo Tribunal Federal, estava foragido desde 2001 e foi localizado depois de ter sido mostrado no programa Linha Direta, da Rede Globo. Ao prestar depoimento na manhã de ontem, Alvarenga alegou que passou a noite do crime – 30 de agosto de 1993 – em casa.
José Fernandes Neto, condenado a 45 anos no primeiro julgamento, em 2000, também negou a participação no crime. Disse que passou por uma festa, pela casa da ex-mulher e seguiu para casa. As versões não convenceram o júri do 2.º Tribunal, que por unanimidade condenou os ex-policiais.
A chacina de Vigário Geral ocorreu dois dias depois que quatro policiais militares morreram em confronto com traficantes da favela. Para vingar a morte dos colegas, um grupo formado por PMs, os Cavalos Corredores, invadiram a favela, entraram em casas e mataram 21 inocentes. Outros quatro sobreviveram. O Ministério Público denunciou 52 PMs. Apenas sete foram condenados pelo 2.º Tribunal do Júri.