PMDB vai continuar apoiando projetos do governo no Congresso

Mesmo com a determinação da convenção nacional do PMDB de que o partido deixe a base aliada do governo, o líder do PMDB na Câmara, deputado José Borba (PR), disse hoje que os deputados do partido continuarão a apoiar as matérias consideradas prioritárias para o Executivo. "Nem as convenções, nem as divergências, colocaram em dúvida a governabilidade e os projetos que interessam para o país. Nós somos da base, permanecemos, e vamos continuar. Desejamos que haja entendimento para manter o PMDB do tamanho que ele é", enfatizou.

O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), por sua vez, afirmou que o resultado da Convenção realizada no domingo não tem nenhuma conseqüência prática para o partido, uma vez que não possui respaldo jurídico. "Esse desfecho não resiste ao menor sopro jurídico", enfatizou.

Calheiros anunciou também que nesta terça-feira o PMDB, e outras lideranças partidárias, darão entrada no Senado Federal com um projeto que acaba com a verticalização das eleições ? instrumento eleitoral instituído pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições de 2002 que determina que as coligações partidárias devem ser as mesmas em todo o país para as eleições de senadores, governadores e presidente da República.

A tendência das lideranças é apresentar projeto de Lei na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, mas o instrumento legislativo ainda não foi definido pelos líderes. De acordo com as posições apresentadas durante as discussões da reforma política na Câmara dos Deputados, o fim da verticalização é consenso dentro do PMDB e entre os demais partidos políticos.

O fim da verticalização permite que a ala governista do partido mantenha o apoio a uma eventual reeleição do presidente Lula, liberando outros setores da legenda para apoiar outras candidaturas. "Eu nunca pensei em racha. Temos tempo suficiente para nos entendermos e nos recompormos. É importante pesarmos de maneira responsável, e sem tentar demonstrar quem está mais forte", enfatizou o líder José Borba.

Sobre a decisão do partido de deixar os cargos do governo Lula, Borba afirma que a decisão sobre a saída dos ministros diz respeito somente ao presidente. "Não está no âmbito da liderança fazer análise de entrega dos cargos. Ontem, o PMDB foi pontuado, todos têm posição. Desejamos que fruto desse resultado haja possibilidade de democraticamente sentarmos à mesa para encontrarmos a fórmula da convergência e mantermos o partido robusto como sempre foi. O cargo de ministro é de exclusiva competência do presidente da República", resumiu.

Para o líder do governo na Câmara, deputado Professor Luizinho (PT-SP), mesmo com a decisão do PMDB de deixar o governo, o diálogo com o partido não será interrompido. "Temos que levar em conta a decisão partidária, mas por outro lado, temos que levar em conta o sentimento de governabilidade na Casa. Eu negocio com a oposição para ter os votos em vários projetos, não dá para não continuar negociando com o PMDB para garantir a aprovação de matérias que são fundamentais para o país".

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