O PMDB sai da reforma ministerial com cinco representantes na equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas não levará as pastas em regime de ?porteira fechada?, pelo qual o partido do ministro preenche todos os cargos de direção sob seu comando, incluindo as estatais. O recado foi dado anteontem por Lula, durante conversa com o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), e o líder na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), quando indicou os novos ministros.
?Não é porteira fechada, mas fomos informados de que os ministros terão liberdade ampla para fazer a composição com os colegas ministros de outras áreas e outros partidos da base aliada?, relatou Alves, ontem, a um dos vice-líderes.
Para se manter afastado de eventuais escândalos que surjam, Lula advertiu que, se houver denúncias e irregularidades, o ministro ou o partido que indicou o responsável terá de se explicar.
Na conversa preliminar com a cúpula peemedebista, o presidente afirmou que o preenchimento dos cargos será resolvido com muita conversa e entendimento, ?mas com absoluta responsabilidade do ministro sobre o indicado?. No entanto, como o PMDB não garantiu a ?porteira fechada?, como pretendia, já começaram as disputas pelo comando das estatais.
No Ministério da Integração Nacional, que será assumido hoje pelo deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), comentava-se que o PSB do ex-ministro Ciro Gomes (CE) terá de negociar para preservar a sua cota. É o caso da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), que tem 1.600 funcionários e um orçamento de R$ 198 milhões.