PMDB promete ajudar governo na derrubada do mínimo de R$ 384

Brasília (AE) – Saiu do PMDB a única boa notícia que Palácio do Planalto teve hoje (15) no Congresso. Em meio à crise e à falta de articulação política do governo, a ala governista do PMDB não só conseguiu manter o comando da bancada da Câmara como promete ajudar o Planalto a derrubar o salário mínimo de R$ 384,00 aprovado pelo Senado na semana passada. Os deputados têm prazo até sexta-feira para votar a medida provisória do mínimo, sob pena de ela caducar e perder a eficácia.

Líder oficial do partido desde sexta-feira, quando apresentou à Mesa Diretora da Câmara uma lista de apoio com a assinatura de 49 dos 86 deputados peemedebistas, Wilson Santiago (PB) acredita que a maioria de sua bancada defende o mínimo de R$ 300,00. Ele ainda fará uma consulta formal aos liderados sobre como o partido deverá votar o aumento do mínimo proposto pelos senadores, mas adianta que 50 a 52 deputados do PMDB têm a intenção de ajudar o governo neste caso.

"Para o PMDB, que sempre defendeu melhores salários e mais distribuição de renda, fica difícil recusar um aumento. Mas acredito que a responsabilidade levará a maioria do partido a ter boa vontade com o governo", explica Santiago, ao ressaltar que o Tesouro não tem a menor condição de arcar com uma despesa extra de R$ 16 bilhões no Orçamento deste ano, decorrente de um novo mínimo de R$ 384,00.

Os grandes aliados do governo na MP do mínimo deverão ser os prefeitos, que não terão condições de bancar o aumento. Na Paraíba do líder peemedebista, a situação é dramática independentemente do aumento. Segundo Wilson Santiago, 48 das 223 prefeituras já não estão conseguindo pagar o mínimo de R$ 300,00 que está em vigor desde 1º de maio.

Apesar de o próprio Planalto ter antecipado que o presidente da República terá de vetar o aumento caso a Câmara confirme a generosidade dos senadores, a articulação política para poupar Luiz Inácio Lula da Silva deste desgaste nem começou.

O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), não começou a pedir votos. Apenas um assessor do ministro das Relações Institucionais e coordenador político do governo, Jaques Wagner, telefonou para os líderes aliados, avisando que o chefe planeja reuni-los possivelmente amanhã (16), para tratar de mínimo.

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