Preocupado com as armas do PT para garantir os mais importantes cargos do segundo escalão do governo, um batalhão de quase 200 peemedebistas oferece um jantar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O recado não poderia ser mais claro: lembrar que o PMDB é o maior partido da coalizão governista e, por isso, reivindicar a ampliação em qualidade e quantidade na participação em cargos-chave de ministérios e grandes estatais que administram. Algo em torno de R$ 6 bilhões.

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O PMDB tem a certeza de que será atendido pelo presidente Lula – se não em tudo o que pedir, pelo menos em quase tudo. Depois de muitos anos de divisões internas, a legenda oferece agora a Lula um partido coeso. Espera em troca postos de peso em setores cruciais, como os de petróleo e infra-estrutura.

Embora esteja também pressionado pelos petistas, o presidente tem motivos para fazer a corte aberta aos peemedebistas. Seu segundo mandato está centrado no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que não sairá do papel sem a aprovação do Congresso. E o PMDB é fundamental na votação, do PAC e da prorrogação até 2011 da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e da Desvinculação das Receitas da União (DRU).

O plano do PMDB é exibir a força partidária, com a presença, no jantar, do maior número possível dos 92 deputados, 29 senadores, 5 ministros, 7 governadores, além de vice-governadores e prefeitos de capitais. Esse exército será chamado a agir para tentar neutralizar a oposição, se for mesmo instalada a CPI do Apagão Aéreo, que depende de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Tantos agrados esperam a compensação. Na forma de cargos que movimentam muito dinheiro.

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