O PMDB deve entregar amanhã ao ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, a relação dos quase 30 nomes de candidatos a cargos em estatais e no segundo escalão. Como o PT temia, o parceiro de coalizão de governo avançou sobre os cargos de petistas. Indicou o ex-deputado estadual Elias Fernandes (RN) para o cargo de diretor-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), hoje dirigido por Eudoro Santana, do PT do Ceará. Quem banca Fernandes é o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). O Dnocs tem R$ 135 milhões para investir neste ano.
Outro ataque a cargos de petistas deve ocorrer no Ibama. Depois de se convencer de que a presidência da Fundação Nacional da Saúde (Funasa) ficará mesmo com Danilo Forte, indicado pela bancada do PMDB na Câmara, o deputado Jader Barbalho (PA) está buscando um novo lugar para o ex-deputado José Priante (PA), seu sobrinho. Falava-se hoje que Priante, com vaga garantida em algum lugar do governo federal por causa dos serviços prestados à eleição da petista Ana Júlia Carepa para o governo do Pará, poderá ocupar a presidência do Ibama. Para isso, terá de tirar o petista Marcus Barros da presidência do órgão.
Mesmo com os seguidos recados de que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, tenderia a rejeitar as indicações do ex-vice-governador Luiz Paulo Conde para a presidência de Furnas e do ex-deputado Moreira Franco para a presidência da BR Distribuidora ou para a Diretoria de Exploração da Petrobrás, o PMDB decidiu bancar os nomes dos dois. Quando Dilma receber das mãos de Mares Guia a lista do PMDB, vai encontrar os dois peemedebistas do Rio de Janeiro, goste deles ou não. BR Distribuidora, Diretoria de Explorações da Petrobrás e Furnas dispõem de quase R$ 12 bilhões para investir em 2007.
"Se conseguirmos fechar a lista, vamos entregá-la amanhã ao ministro Mares Guia", disse o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR). Ele é um dos que estão cuidando de depurar a lista de candidatos aos cargos das estatais e do segundo escalão, que no início tinha mais de duzentos nomes. Trabalha em conjunto com a líder do governo no Congresso, senadora Roseana Sarney (MA) e com o líder na Câmara, Henrique Eduardo Alves.