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Prosseguem, no ritmo costumeiro do período em que o País encontra-se meio paralisado pela ocorrência das festas e férias de verão, as manifestações de independência do grupo peemedebista que se reúne em torno da pessoa do presidente nacional, o deputado federal paulista Michel Temer.

Governadores do porte de Germano Rigotto (RS), Roberto Requião (PR) e Rosinha Garotinho (RJ) e, mais recentemente, Jarbas Vasconcellos (PE) e Luiz Henrique da Silveira (SC), além de centenas de prefeitos, deputados estaduais e federais, senadores e próceres importantes em vários estados, defendem a idéia do afastamento do bloco da base aliada do governo Lula, com a devolução dos ministérios atualmente confiados a representantes da legenda (Amir Lando e Eunício de Oliveira), bem como cargos de primeiro e segundo escalão da administração federal.

Os que até agora discordam dessa posição de independência são exatamente os ministros citados e, no espaço do Congresso Nacional, os senadores José Sarney e Renan Calheiros (esse de olho na presidência da Casa), líderes da fração não pequena que enverga a toga dos apologistas da permanência do PMDB na base de sustentação parlamentar do governo, nos ministérios e cargos importantes que ocupa.

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Afinal, essa tem sido a histórica postura do partido, que ao chegar ao poder supremo da República, com José Sarney, havia percebido de antemão não ser capaz de governar sozinho, obrigando-se a repartir em muitas bandas a máquina administrativa.

Talvez caiba hoje ao PMDB, com uma margem muito maior de aceitação popular, dada a desenvoltura que o tempo lhe conferiu, assumir em relação ao governo Lula a posição intransigente em defesa da geração de empregos, distribuição de renda, habitação, escola, saúde, esporte e cultura, entre outras causas políticas e sociais.

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Sem abrir mão da crítica contundente, quando necessária, o partido não pode esquecer a contribuição decisiva com a qual impulsionou o processo de redemocratização, e nisso nenhum outro superou seus méritos, perdendo-se em discussões improdutivas que podem afastá-lo ainda mais dos grandes ideais que encarnou.

O patrimônio ético e moral do PMDB é legado precioso da democracia brasileira, sendo esse o valor que deve ser invocado no momento em que as forças engajadas na indispensável tarefa de restabelecer a confiabilidade das instituições não podem eximir-se de suas obrigações com a nacionalidade, sob pena da execração pública.