O PMDB deverá ser beneficiado diretamente com o provável deslocamento da
ministra de Minas e Energia, Dilma Roussef, para o comando da Casa Civil. Dentro
do plano de reforma ministerial, o presidente Lula já avisou a interlocutores
que pretende entregar a pasta para o PMDB. O presidente já tem, inclusive, seu
nome preferido: o atual presidente da Eletrobrás, Silas Rondeau Cavalcante
Silva, aliado político do senador José Sarney (PMDB-AP).
Lula reconhece
que é preciso dar maior espaço dentro do governo ao PMDB, garantindo a adesão
política definitiva do partido. Com um número maior de ministérios dirigidos
pelos peemedebistas, Lula não tem dúvidas de que a aliança se solidificará e se
reproduzirá nas votações dentro do Congresso. Para o PMDB, a ampliação do espaço
dentro do governo é justamente a pretensão do partido.
Um dirigente
peemedebista reclama que, mesmo depois que o partido entrou oficialmente na
equipe ministerial, não recebe tratamento adequado do governo, sendo excluído
das formulações políticas. "O governo trata o PMDB como uma amante. Quer se
aproveitar, mas se recusa a apresentá-la à família, não aceita tornar a relação
oficial", diz o dirigente.
A opção por Silas Rondeau agrada Lula pelo seu
perfil técnico e por sua proximidade política por Sarney. O presidente se
considera em débito com o senador, já que planejava convidar a senadora Roseana
Sarney para o primeiro escalão na malograda reforma ministerial feita há quase
três meses.