PM prende suspeitos da morte de desembargador no Rio de Janeiro

A polícia prendeu nesta sexta-feira (4) dois suspeitos de participação no assassinato do desembargador José Maria de Mello Porto, do Tribunal Regional do Trabalho do Rio, na noite de anteontem. Mello Porto foi morto com sete tiros depois de reagir a pelo menos oito homens armados na Avenida Brasil. A principal linha de investigação da polícia é de que o magistrado foi vítima de latrocínio e só foi morto porque reagiu.

O procurador federal aposentado José Domingos Teixeira Neto, que estava com Mello Porto, testemunhou na polícia. Ele contou que também estava armado, mas não teve tempo de sacar a arma, que estava sob o tapete do carro. Quando o desembargador tornou-se alvo dos bandidos, que estavam divididos em dois carros, ele também saiu e abrigou-se atrás do veículo. Segundo o procurador, Mello Porto atirou em um dos bandidos, que fugiram sem o carro mas levaram a pistola do desembargador.

Poucas horas depois, a polícia recebeu informações de que o assalto foi promovido por bandidos ligados a traficantes da favela Parque União, próxima ao local do crime. "Com certeza foi um assalto. Não há outra possibilidade", disse Teixeira Neto, que contou ter visto um bandido quebrar, com um fuzil, o vidro de outro carro. Ele se diz incapaz de reconhecer os bandidos. "Eles deixaram impressões digitais no carro todo. O que me abordou meteu a mão para arrombar a porta, a mão dele está toda lá". O automóvel foi recolhido para a perícia técnica.

Para o chefe de Polícia Civil do Rio, delegado Ricardo Hallack, o juiz foi mesmo vítima de roubo frustrado seguido de morte. O primeiro suspeito foi preso na manhã de hoje por policiais militares. Adilson Gomes de Almeida, 27 anos, vulgo Romarinho. Com ele foram apreendidos uma metralhadora, munição e drogas. Segundo Torres, a polícia tem informações de que Romarinho estava no bando que matou o juiz. O outro suspeito, cuja identidade não foi divulgada, foi detido à tarde no Parque Alegria, onde dois carros suspeitos também foram apreendidos.

Um terceiro suspeito, segundo o delegado, já foi identificado. O delegado informou que a polícia também busca um bandido que teria sido baleado pelo desembargador e que teria pedido socorro numa farmácia da favela. Para Torres, é muito pequena a hipótese de crime encomendado. "O foco foi ele porque saiu do carro. Se aparecerem novos fatos que apontem em outra direção, vamos investigar", disse o delegado.

O presidente do TRT-RJ, desembargador Ivan Dias Rodrigues Alves, disse que Mello Porto não informou ter recebido ameaças recentemente ou solicitou segurança especial. Alves contou que, na semana passada, um desembargador do TRT recebeu ameaças por causa das alterações na estrutura administrativa do tribunal que estão em curso, mas afastou qualquer relação de Mello Porto com o assunto. Ele pediu à Secretaria de Segurança do Rio agilidade na investigação.

O corpo de Mello Porto foi velado ontem na sede do TRT-RJ, no centro do Rio. O ex-presidente Fernando Collor de Mello, primo do desembargador, viajou ao Rio para a cerimônia. Mello Porto também era primo do ministro Marco Aurélio de Mello, presidente do Tribunal Superior Eleitoral.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo