O coronel da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul Gustavo Davi foi afastado nesta quinta-feira (31) do cargo de corregedor da Corporação, após admitir ser dono de um site em que garotas e garotos de programa oferecem seus serviços. A função de Davi na PM era investigar e punir policiais militares envolvidos em crimes e irregularidades.
O afastamento do policial foi anunciado pelo comandante da PM, coronel Ademar de Brites, depois que uma reportagem exibida ontem pela TV Morena, afiliada da Rede Globo em Campo Grande, mostrou uma conversa telefônica em que o oficial explica os valores cobrados para hospedar classificados no site: R$ 50 pela adesão e R$ 50 mensais de manutenção. Está disponível no site um número de telefone celular e um e-mail do próprio coronel o e-mail. O PM não quis se pronunciar sobre o caso.
Para o promotor Gerardo Eriberto, que atua na Auditoria Militar, o caso pode configurar crime de rufianismo e crime na esfera militar, se for confirmado o uso da patente militar para facilitar o negócio. A pena prevista chega a 6 anos de reclusão. Uma investigação judicial sobre o caso foi aberta e só depois disso será definida a tipificação exata dos crimes e da esfera em que correrão. "Existem pessoas públicas das quais a sociedade cobra muito. Cobra-se dessas pessoas uma atitude condizente com a responsabilidade das funções que exercem e elas não podem cometer deslizes e se envolver em atividades como essa", disse Eriberto. Ele acredita que a investigação dure pelo menos 15 dias.
Na Polícia Militar foi aberto um Inquérito Policial Militar, cujo prazo inicial para conclusão é de 30 dias. De acordo com o comandante da PM, Coronel Ademar de Brites, a punição poderá chegar até a exclusão da Corporação. O comandante explicou que o Código Penal Militar não traz punição específica para uma situação como essa, mas disse que ela pode ser enquadrada em outras infrações, como expor o nome da corporação negativamente.